03 Novembro 2021
Empenho conjunto dos Ministros de Finanças e Saúde do G20 é de vacinar pelo menos 40% da população mundial até o final de este ano e chegar a 70% no primeiro semestre do ano que vem. O G20, portanto, adota a recomendação da Organização Mundial da Saúde e, no comunicado final, o ministro da Saúde da Itália, Roberto Speranza, garante: “não há valores, porque colocar um teto nos gastos significaria limitar a nossa ação. Existe um empenho de todos os países do G20 de intervir com apoios econômicos, inclusive muito fortes, reafirmado hoje pelos ministros da Fazenda, que são os que controlam o dinheiro, dos países mais fortes".
A reportagem é de Rosaria Amato, publicada por Repubblica, 31-10-2021. A tradução é de Luisa Rabolini.
Pelo G20 Finanças e Saúde, que se realizou hoje no Salão delle Fontane do Eur, em Roma, com a presidência conjunta dos ministros Daniele Franco e Roberto Speranza, também foi decidida a instituição de “uma força-tarefa Finanças-Saúde para promover o diálogo e cooperação global nos problemas da preparação e resposta às pandemias”, explica o comunicado final. “Para garantir inclusão, representação e cobertura geográfica, a força-tarefa tomará em consideração a inclusão de membros adicionais não representados no G20, instituições regionais e internacionais”, continua o documento. A Força-Tarefa terá uma presidência dupla, italiana e indonésia (a Indonésia terá a próxima presidência do G20, imediatamente após a Itália).
Um empenho sério, a respeito do qual, no entanto, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde se declara parcialmente cético: “Não estou dizendo que seja impossível - afirma Tedros Adhanom Ghebreyesus na saída da reunião - mas em setembro o percentual mundial das pessoas vacinadas nem chegou a atingir o objetivo global de 10%. Havia um empenho de doar um bilhão de doses aos países mais pobres, mas só chegou a 15%. Não estou dizendo que o objetivo de 40% até o final deste ano seja inatingível, se realmente se quiser atingir um objetivo, os meios acabam sendo encontrados"
As distâncias entre as vacinas realizadas nos países ricos e pobres ainda são muito grandes, lembra o diretor-geral da Organização Mundial do Comércio, Ngozi Okonjo-Iweala, em seu discurso para a entrega do título honoris causa em política pela universidade Luiss Guido Carli: “Apenas 5% das pessoas na África e menos de 2% das pessoas nos países de baixa renda estão totalmente vacinadas, em comparação com mais de 63% nos países desenvolvidos e 55% nos países de renda média alta”. Além disso, acrescenta Ngozi Okonjo-Iweala, "a vacina da Pfizer e BioNTech é baseada em componentes vindos de 19 países, assim como a da Moderna. As cadeias de abastecimento da AstraZeneca atravessam pelo menos 15 países e a da Johnson & Johnson, 12."
Se o ministro Speranza não quis sugerir estimativas sobre qual será o empenho econômico para atingir o objetivo do G20, a diretora operacional do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, fez isso: “Precisamos de mais US $ 20 bilhões para acelerar as vacinações em direção à meta de atingir 40% da população até este ano e 70% até meados do próximo ano. Devemos fazer isso pela saúde das pessoas e da economia mundial. Teremos 5,3 bilhões de dólares a mais para gastar em 2025 se gastarmos esses US $ 20 bilhões agora". "Precisamos acelerar a recuperação pós-Covid e estar prontos para a próxima vez. Estamos motivados e empenhados em fazer isso por nosso povo e nossas economias. Estamos empenhados em fornecer um forte apoio aos países que precisarem disso", acrescentou Georgieva.
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G20, empenho de vacinar 40% da população este ano e 70% no próximo - Instituto Humanitas Unisinos - IHU