02 Setembro 2021
Preocupações sobre o permanente declínio na presença a eventos religiosos foram expressadas na Polônia, onde não mais de 8 mil pessoas são esperadas para participar da beatificação do cardeal Stefan Wyszynsky (1901-1981) e a Madre Roza Czacka (1876-1961), fundadora das Irmãs Franciscanas Servidoras da Cruz, que ocorrerá em Varsóvia, em 12 de setembro.
A reportagem é publicada por The Tablet, 31-08-2021. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.
Em uma carta pastoral a ser lida em todas as missas de 05 de setembro, a conferência episcopal polonesa afirma que espera que essas beatificações deem a todos o católicos “intuições proféticas para enfrentar os desafios pastorais”, assim como “para pavimentar novos caminhos e abrir novas perspectivas para a ação” na Igreja polonesa.
No entanto, o anfitrião do evento, o cardeal Kazimierz Nycz, disse que a missa na nova Basílica da Divina Misericórdia na capital, que será presidida pelo cardeal Marcello Semeraro, prefeito da Congregação do Vaticano para a Causa dos Santos, deveria ser “modesta e digna, nos limites da pandemia”, com apenas 2500 bispos, padres e convidados dentro do templo, e em torno de 70 mil pessoas assistindo à cobertura televisiva, que será nacional – mas muito menos que eventos religiosos nacionais anteriores.
O ex-secretário-geral da Comissão das Conferências Episcopais da União Europeia (Comece), o padre Piotr Mazurkiewicz, disse ao Tablet que a cerimônia de beatificação, adiada em 2020, reafirmaria o lugar dos cristãos na vida pública, enquanto também serviria como uma “forma de penitência... chamando para o bem e a aspectos santos da vida cristão” depois dos recentes escândalos de abusos sexuais clericais.
No entanto, em uma homilia no domingo na cidade de Szamotuly, o primaz católico da Polônia, o arcebispo Wojciech Polak de Gniezno, alertou que o país ainda está dividido por “meias-verdades e notícias falsas”, que correm o risco de “destruir relações mútuas, minando a confiança e envenenando a vida social, eclesial e familiar”.
Recentemente, no The Tablet, Derek Scally, correspondente em Berlim do The Irish Times, escreveu uma análise da atual guerra cultural em torno da Igreja Católica na Polônia. Ele escreveu: “Como irlandês, costumava brincar que meu povo era o mais católico do mundo. Pesquisando meu livro de mesmo nome, no entanto, percebi que os poloneses tinham uma forte reivindicação sobre nossa coroa agora manchada. Enquanto a Irlanda está lutando com a glória e a vergonha de seu legado católico em colapso, no entanto, a aliança Igreja-Estado da Polônia está, dependendo da sua perspectiva, alcançando novas máximas – ou mínimas”.
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Polônia. Cresce a preocupação com a diminuição de católicos - Instituto Humanitas Unisinos - IHU