06 Julho 2021
O Papa Bergoglio celebrará 85 anos em dezembro. De vez em quando também reclama dos males da idade, mas no Santa Marta sua agenda continua bastante lotada, cheia de compromissos. Não se fala em diminuir a carga de trabalho e é improvável que a cirurgia do intestino reduzirá a quantidade de coisas planejadas para os próximos meses: quem colabora com ele não esconde que os ritmos continuam acelerados. Os programas feitos até o momento permanecem todos confirmados. Viagens importantes no horizonte, encontros com primeiros-ministros, com núncios apostólicos, com as conferências episcopais, as visitas de praxe, as mensagens de vídeo e, por último, o tema da reforma da Cúria que está guardado num canto à espera de uma virada definitiva após várias intervenções legislativas na forma de Motu Proprio assinados por Francisco este ano.
A reportagem é de Franca Giansoldati, publicada por Il Messaggero, 05-07-2021. A tradução é de Luisa Rabolini.
No Angelus do último domingo, anunciou ao mundo que as viagens internacionais serão retomadas em setembro. Em março passado, ele foi ao Iraque para fortalecer os laços com o Islã e defender a minoria cristã; agora, por outro lado, prepara-se para um encontro de quatro dias, de 12 a 15 de setembro, primeiro passando pela Hungria e depois a Eslováquia com várias escalas (Bratislava, Pressov, Kossice e Sastin). Trata-se da segunda viagem confirmada após a pausa forçada devido à pandemia. O plano ainda está sendo definido, mas são esperados longos deslocamentos, celebrações, encontros e dezenas de discursos.
No coração da Europa, o Papa Francisco vai participar no Congresso Eucarístico Internacional que servirá para fazer um balanço da situação do catolicismo num continente cada vez mais descristianizado e surdo. Em seguida, paralelamente, o Papa estará no centro de um encontro simbólico (e político) com o presidente Viktor Orban. Este último, a um jornal croata, já antecipou que terá oportunidade de ilustrar ao pontífice sua ideia de União e sua visão sobre o problema migratório. Será um momento de verificação. Não menos importante é outra possível viagem. O Papa recebeu o convite para ir a Glasgow para os trabalhos da COP26 sobre o meio ambiente, programada para novembro. Após a saída de Trump dos Acordos climáticos de Paris e o anúncio de Biden de retomar a discussão se comprometendo a reduzir as emissões de dióxido de carbono, Bergoglio, nos bastidores, incentiva esse importante caminho com persuasão moral. Também conversou a respeito disso com o secretário dos EUA Blinken na semana passada, recebendo-o no Vaticano.
A atenção de Bergoglio também está o Líbano, outra viagem que se por razões de segurança não é possível realizar este ano o Papa certamente o fará nos primeiros meses de 2022. Prometeu isso aos patriarcas reunidos em São Pedro há poucos dias, imaginando com eles um roteiro de colaboração entre confissões cristãs. O país está afundando econômica e políticamente e está à beira de uma guerra civil. Outras viagens possíveis dizem respeito à Grécia e Chipre (em chave antiturca).
Uma ênfase particular na agenda de Francisco diz respeito à reunião sobre o Sínodo bienal, agendada para outubro, convocada para avaliar as expectativas dos fiéis e na resposta das conferências episcopais nacionais. Uma iniciativa que nasceu na esteira do que está acontecendo na Alemanha, onde os bispos lançaram uma reflexão interna revolucionária com pedidos tabu, como a abolição do celibato dos padres, o sacerdócio feminino, a transparência na gestão dos abusos.
Para o primeiro teste sobre a saúde do Papa, teremos que esperar o Angelus no próximo domingo. Como mostra o programa da Prefeitura da Casa Pontifícia, o Papa deveria comparecer normalmente. Assim como, no dia 4 de agosto, deveria retomar as audiências gerais das quartas-feiras, que agora acontecem em São Dâmaso. Por fim, mais um teste de estresse será no final de julho com a missa para os idosos e os avós.
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Avançar com reformas e viagens, o olhar é para o futuro - Instituto Humanitas Unisinos - IHU