Ciganos pedem medidas contra discurso racista do ministro da Educação

Foto: Pikist

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25 Mai 2020

O Instituto Cigano do Brasil (ICB) emitiu nota, na sexta-feira, 22 de maio, repudiando as “lamentáveis falas carregadas de desrespeito e preconceito racial contra os Povos Ciganos e os Povos Originários do Brasil” proferidas na reunião ministerial do dia 22 de abril pelo titular da pasta da Educação, Abraham Weintraub

A reportagem é de Edelberto Behs, jornalista.

O organismo pede “ação imediata” da 6ª Câmara de Coordenação e Revisão da Procuradoria Geral da República e do Ministério Público Federal contra as atitudes do ministro da Educação e exige “respostas das autoridades para punir pela força da lei toda e qualquer forma de preconceito e práticas discriminatórias”. 

Na reunião do dia 22 o ministro da Educação disse que odiava “o termo ‘povos indígenas’, odeio esse termo. Odeio. O ‘povo cigano’. Só tem um povo nesse país. Quer, quer. Não quer, sai de ré”. 

“Rechaçamos qualquer discurso racista, recheado de intolerância e ódio. Solicitamos às autoridades a garantia de que todos os crimes cometidos por motivações discriminatórias, incluindo racismo, sejam investigados de forma plena e efetiva, punidos e condenados sob legislação que inclua sanções refletindo a gravidade dos abusos de direitos humanos", reivindica o organismo cigano. 

A nota, assinada pelo presidente do ICB, Cigano Robério Ribeiro, e o vice- presidente, Cigano José de Paulo, enfatiza que “manifestações desse tipo são injustas, covardes e causam grande sofrimento ao nosso Povo Cigano e aos Indígenas. É um ataque à dignidade humana, além de desrespeito a etnias pertencentes ao povo diverso do Brasil”. 

Tais atitudes, acrescenta a manifestação, “vão de encontro aos direitos fundamentais da pessoa humana, golpeia a Constituição Federal e toda a legislação existente contra qualquer tipo de atitude racista”. 

No domingo, 24 de maio, esse povo migrante comemorou o Dia Nacional do Cigano e da Santa Sara Kali, padroeira d@s cigan@s. O Censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística registrou a existência de acampamentos ciganos em 291 municípios de 21 Estados brasileiros, a maioria localizados nas Regiões Nordeste (97) e Sudeste (96), reunindo um total estimado de 800 mil pessoas, divididas em três etnias principais – rom, calon e sinti

Os rom são provenientes da Romênia, Turquia e Grécia; os calon, da Espanha e Portugal; e os sinti vieram da Alemanha e da França. Dados da Associação Internacional Maylê Sara Kali indicam que o casal João Torres e Angelina foram @s primeir@s cigan@s que aportaram no Brasil, em 1574, deportad@s pelo rei de Portugal. Os rom vieram voluntariamente ao país a partir da segunda metade do século XIX.

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