Após 70 anos, o primeiro encontro bilateral entre China e Vaticano

Igreja Católica em Kunming, China. Foto: Wikicommons

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17 Fevereiro 2020

O comunicado da Secretaria de Estado vaticana chegou à noite, o título não tem precedentes, e a notícia é histórica: “Encontro bilateral Santa Sé – República Popular da China”.

A reportagem é de Gian Guido Vecchi, publicada em Corriere della Sera, 15-02-2020. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

O Vaticano e a China não mantêm relações diplomáticas formais há 70 anos, desde que Mao tomou o poder, e o núncio Antonio Riberi foi forçado a deixar o país dois anos depois, no dia 5 de setembro de 1951.

Mas mesmo antes – as relações oficiais remontavam a 1942 – nunca houvera um encontro diplomático de tão alto nível: o arcebispo Paul Richard Gallagher, secretário para as Relações com os Estados, e o ministro do Exterior chinês, Wang Yi, se encontraram às margens da Conferência sobre a Segurança de Munique 2020.

A conversa ocorreu “em um clima cordial” e ‘foram evocados os contatos entre as duas partes, desenvolvidos positivamente ao longo do tempo”, informa o Vaticano. A estratégia do diálogo com Pequim, desejada pelo Papa Francisco, já levou ao “acordo provisório” de 22 de setembro de 2018 sobre a nomeação dos bispos, após décadas de negociações às escondidas.

Os dois ministros do Exterior, na conversa, “destacaram a sua particular importância”. A nota vaticana dá a entender que se está trabalhando pelo restabelecimento das relações diplomáticas: “Renovou-se a vontade de prosseguir o diálogo institucional em nível bilateral para favorecer a vida da Igreja Católica e o bem do povo chinês”.

No encontro, “desejou-se uma maior cooperação internacional a fim de promover a convivência civil e a paz no mundo, e foram trocadas considerações sobre o diálogo intercultural e os direitos humanos”.

Depois, a apreciação comum pelos “esforços para erradicar a epidemia do coronavírus” e de “solidariedade em relação à população”. Por iniciativa do cardeal Konrad Krajewski, esmoleiro do papa, a Santa Sé enviou 700 mil máscaras hospitalares para a China para evitar o contágio. Quem noticiou isso foi o Global Times, a versão em inglês do Jornal do Povo, órgão do Partido Comunista Chinês.

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