29 Novembro 2019
A posição do papa sobre a situação em Hong Kong, expressa durante o voo de volta do Japão, quando abordou o protesto dos guarda-chuvas contra o dos coletes amarelos da "França democrática", foi apreciada pelos chineses. O ministro das Relações Exteriores, Geng Shuang, comentou positivamente a cordialidade dos tons usados pelo pontífice.
Ele acrescentou que a China está "aberta a trocas com o Vaticano" e que as partes "mantêm uma boa comunicação. Estamos satisfeitos - acrescentou - que houve progresso na melhoria das relações. A China é sincera e aberta na promoção de relações bilaterais", acrescentou Geng, a um pedido de comentário às palavras do Papa e se será feita uma solicitação para que ele visite o país, enquanto Francisco havia expressado seu desejo pela enésima vez de fazer a viagem a Pequim ("Eu amo a China. Gostaria de ir a Pequim", ele havia dito).
A reportagem é de Franca Giansoldati, publicada por Il Messaggero, 28-11-2019. A tradução é de Luisa Rabolini.
Considerando os interesses do Vaticano com a China, o ativista e líder pró-democracia em Hong Kong, Joshua Wong, comentou: "o Papa se manifestou a favor da paz e da justiça social e eu entendo, mas estou ao mesmo tempo entristecido pelo que ele disse”. Em vídeo, em uma conferência de imprensa no Palazzo Madama, organizada pelos Irmãos da Itália e pelo Partido Radical, acrescentou: "Entendo que seja difícil para ele se expressar em apoio aos manifestantes em Hong Kong, mas vendo os jovens serem torturados e presos, precisamente em seu papel de líder religioso, ele não deveria e não poderia permanecer calado. Se as manifestações e os confrontos continuarem", concluiu Wong, “espero que o Papa possa reconsiderar a sua posição e expressar cuidado e mais respeito pelos manifestantes e pela violação dos direitos humanos".
Até o secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, falou à margem da inauguração do ano acadêmico da Universidade Católica de Milão sobre a situação em Hong Kong, onde a polícia entrou no Politécnico ocupado pelos manifestantes, mesmo que no momento não parecem estar ocorrendo atos de violência. No entanto, a situação continua incandescente.
"O Papa falou, inserindo esse conflito na situação geral de hoje e lembrando muitos outros conflitos que estão ocorrendo em muitas outras partes do mundo: acredito que essa talvez seja a atitude correta, depois das eleições que, aliás, tiveram também uma confirmação das forças da oposição ao atual governo. E o governo disse: 'devemos ouvir humildemente as demandas das pessoas e dos jovens e devemos refletir seriamente' ".
"Parece-me - acrescentou - que essa é a atitude certa. Por outro lado, quem escolheu a violência como método deve renunciar e seguir o caminho do diálogo, do encontro e da escuta". Para o secretário da Santa Sé, trata-se de "pequenos sinais de que, apesar da gravidade da situação, nos dizem como podemos encontrar uma maneira de resolver essas problemáticas".
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Hong Kong. China elogia a não condenação do Papa - Instituto Humanitas Unisinos - IHU