O dia dos trabalhadores e das trabalhadoras deste ano deste ano se dá sob o impacto da reforma trabalhista, da Emenda Constitucional nº 95 que limita, por 20 anos, os gastos públicos, a proposta em andamento completa o tripé do retrocesso, que joga as conquistas das populações mais vulneráveis em uma espécie de triângulo das bermudas dos direitos sociais e da assim chamada reforma da Previdência.
A presente edição da revista IHU On-Line debate o avanço do processo de desestruturação do mercado de trabalho, em que as pessoas estão submetidas a uma condição de maior vulnerabilidade e insegurança com pesquisadores e pesquisadoras.
Para Maria Lúcia Lopes da Silva, assistente social e professora da Universidade de Brasilia, não existem reformas, mas contrarreformas, pois reduzem os direitos que foram conquistados pela mobilização de trabalhadores e decretam "o fim da seguridade social no país".
José Dari Krein, professor do Instituto de Economia da Universidade de Campinas - Unicamp, aborda os retrocessos impostos pelas reformas, em que sustenta que atualmente há um “processo continuado de deterioração do mercado de trabalho, com a explosão do desemprego aberto e oculto, fazendo com que no começo de 2019 haja 27,9 milhões de brasileiros e brasileiras na condição de subutilização”.
Juíza do TRT-4 e doutora em Direito do Trabalho pela Universidade de São Paulo, Valdete Souto Severo discute o destino dos trabalhadores com as reformas trabalhista e previdenciária, ainda em curso. “Estamos atualizando a CLT para deixá-la adequada aos parâmetros do século XVIII”, critica.
Josué Pereira da Silva, professor na Universidade de Campinas - Unicamp, propõe a renda básica universal como uma resposta ao capitalismo avançado. “Parte da tendência do capitalismo contemporâneo de expandir a lógica da mercantilização para esferas até então relativamente protegidas”, assevera.
Pedro Rossi, professor do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas - Unicamp, chama as reformas trabalhista, previdenciária e a emenda constitucional que estabelece teto de gastos nas políticas sociais de “três irmãs”. “A reforma previdenciária vem para viabilizar o teto de gastos, porque a Previdência ocupa um espaço importante nos gastos do governo federal”, explica.
Para o professor médico-assistente do Hospital de Clínicas de Porto Alegre Álvaro Roberto Crespo Merlo, “a desproteção social proposta levará, certamente, a um maior número de acidentes e de doenças do trabalho”.
Complementam a edição as entrevistas com Marcos Cordeiro Pires, professor da Universidade Estadual Paulista - Unesp, sobre como a China vem impulsionando todo o continente asiático como novo carro-chefe da economia mundial, e Norma Breda dos Santos, professora do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília - UNB, sobre as relações diplomáticas entre Brasil e Israel.
A versão online da Revista IHU On-Line Nº 535 já está no ar neste link.
A versão impressa estará circulando pela Unisinos Campus São Leopoldo a partir da quinta-feira, às 8h.
A todas e a todos uma boa leitura e uma excelente semana!
A volta da barbárie? Desemprego, terceirização, precariedade e flexibilidade dos contratos e da jornada de trabalho
Edição 484 – Ano XVI – 2-5-2016
Por ocasião do 1º de Maio, Dia do Trabalhador e da Trabalhadora, a revista IHU On-Line, desde a sua criação debateu os mais variados aspectos do mundo do trabalho e da luta da classe trabalhadora. No entanto, nestes quinze da sua existência, nunca o panorama do mundo do trabalho foi tão difícil, complexo e sombrio. Pesquisadores e pesquisadoras que participam desta edição descrevem um cenário caracterizado pela imposição do princípio do negociado sobre o legislado, aprofundamento da flexibilização do trabalho, das jornadas, dos contratos, desmonte da política de valorização do salário mínimo e ataque à Previdência Social, com o aumento do tempo de contribuição e a diminuição dos benefícios.
'Reforma da Previdência Social e o declínio da Ordem Social Constitucional'
Edição 480 – XVI – 7-3-2016
Em meio à tremenda crise política, econômica e institucional do País, os rumos da seguridade social e o futuro de milhões de brasileiros e brasileiras são tratados nos balcões de negócio do Estado com o sistema financeiro. A assim denominada reforma da Previdência, possivelmente em pauta, por iniciativa do Executivo, no Congresso Nacional, é o tema em discussão na edição dessa semana da revista IHU On-Line.
A ‘uberização’ e as encruzilhadas do mundo do trabalho
Edição 503– Ano XVII – 24-4-2017
A Revolução 4.0, a internet das coisas, a inteligência artificial e a impressão 3D já impactam e cada vez mais abalarão os fundamentos da organização do mundo do trabalho na contemporaneidade. Esta grande mutação significará um avanço civilizatório ou radicalizará a barbárie?
A revista IHU On-Line, por ocasião do 1º de Maio, Dia dos Trabalhadores e das Trabalhadoras, debate o tema no contexto das discussões que o Instituto Humanitas Unisinos - IHU tem promovido constantemente na sua página eletrônica, nas suas publicações, nos seus eventos, no curso EAD que iniciará proximamente e no ObservaSinos. O debate assume maior urgência e densidade no momento em que o Brasil vive um momento de regressão civilizatória claramente delineada na proposta governamental da reforma previdenciária e da reforma trabalhista, tendo como palavras de ordem flexibilização, precarização e terceirização, que objetivam devastar o campo dos direitos dos trabalhadores e das trabalhadoras.
Governos Lula e Dilma e o mundo do trabalho doze anos depois
Edição 441 - Ano XIV - 28-4-2014
Por ocasião do Dia Internacional do Trabalhador e da Trabalhadora, que ocorre dia 1º de maio, a IHU On-Line, mantendo a tradição dos anos anteriores, aproveita o momento para levantar questões referentes ao mundo do trabalho. Após 12 anos de gestão do Partido dos Trabalhadores – PT, com os governos Lula e Dilma, quais são os avanços, os limites e os desafios do mundo do trabalho no Brasil, hoje?
A organização do mundo do trabalho e a modelagem de novas subjetividades
Edição 416 - Ano XIII - 29-4-2013
As novas configurações do mundo do trabalho, seus impactos na vida dos trabalhadores e das trabalhadoras e seus desafios para a organização e a luta da classe trabalhadora, hoje, é o tema em discussão na revista IHU On-Line desta semana.
Biocapitalismo e trabalho. Novas formas de exploração e novas possibilidades de emancipação
Edição 327 - Ano X - 3-5-2010
Biocapitalismo e trabalho.
A presente edição, por ocasião do 1º de maio, foi inspirada pelo livro Crisi dell' economia globale. Mercati finanziari, lotte sociali e nuovi scenari politici (Crise da economia global. Mercados financeiros, lutas sociais e novos cenários políticos (em tradução livre) (Verona, Ombre Corte/Uninomade, 2009), organizada por Andrea Fumagalli e Sando Mezzadra, e que será publicado, proximamente, no Brasil.
Os autores do livro, já entrevistados em outras edições da revista IHU On-Line, contribuem, mais uma vez, analisando as características peculiares da atual crise financeira, que é uma crise da globalização tal como a conhecemos até hoje, a partir e sob a perspectiva das mudanças do mundo do trabalho.