07 Fevereiro 2019
Uma carta ao cardeal Reinhard Marx sugere que a Igreja deve mudar com o tempo, pois o escândalo dos abusos sexuais evidencia problemas arraigados.
A reportagem é de La Croix International, 04-02-2019. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Um grupo de oito teólogos e católicos renomados exortou o cardeal Reinhard Marx, chefe da Igreja Católica alemã, a reconsiderar as regras do celibato para os padres, dentre outras “corajosas reformas”.
A carta aberta dos oito teólogos proeminentes vem na sequência de um relatório do ano passado que destacou as crescentes acusações de abuso sexual por parte do clero na Alemanha, um dos países – mais de uma dezena – onde a Igreja tem sido maculada por esse escândalo histórico.
O relatório constatou que havia um número desproporcionalmente alto de clérigos com orientação homossexual no país, onde mais de 4,4% dos padres já se envolveram no abuso sexual de menores.
Quase 1.700 clérigos foram citados até o dia 3 de fevereiro de 2019.
A carta, publicada no jornal Frankfurter Allgemeine Sonntagszeitung, pede que a Igreja “deixe aos padres diocesanos a escolha da sua forma de vida”, avance e se modernize.
A lista controversa de mudanças propostas inclui um pedido de restrição dos poderes na Igreja.
Ela também argumenta que as mulheres devem ter o direito ao sacerdócio pleno e que haja uma “avaliação inteligente e honesta da homossexualidade”.
“Se vocês se colocarem à frente do movimento de reforma, definitivamente poderão contar conosco atrás de vocês”, afirma a carta, assinada pelo padre jesuíta Klaus Mertes e Gaby Hagmans, diretora da Cáritas de Frankfurt, entre outros.
“Abram uma página nova, escrevam ali '2019' e comecem”, continua.
O Pe. Mertes foi elogiado por expor o abuso nas escolas administradas pela Igreja em 2010.
Os bispos devem se reunir em Roma neste mês para mapear protocolos para lidar com casos futuros de abuso sexual, evitando ainda mais acobertamentos.
FECHAR
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
Teólogos da Alemanha pedem que regra do celibato seja revista - Instituto Humanitas Unisinos - IHU