Um terço dos bispos estadunidenses atuaram de forma negligente ante casos de abusos

Foto: Prayitno | Flickr

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09 Novembro 2018

Faltavam palavras ao cardeal Sean O’Malley para explicar a crise de abusos sexuais. Somente lhe ficam sentimentos de consternação, decepção, zangado... e silêncio. E a determinação de conseguir que os castigo aos bispos negligentes realmente signifiquem algo.

A reportagem é de Cameron Doody, publicada por Religión Digital, 07-11-2018. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.

“É uma decepção grandíssima. Cada vez que penso que estamos virando a página, há outra explosão. É muito decepcionante”, confessou o arcebispo de Boston em uma entrevista ao Boston Globe, sobre a crise de pederastia e encobrimentos na Igreja estadunidense. Crise que se tornou ainda mais grave depois de que uma investigação jornalística revelou que mais de 130 bispos – quase 1/3 dos bispos do país – responderam de forma negligente às denúncias de abuso sexual em algum momento de suas carreiras episcopais. E no caso de mais de cinquenta deles, depois que a Conferência Episcopal adotara um novo protocolo anti-pederastia depois do escândalo do Spotlight, em 2002.

A partir desses sentimentos de ira e desencanto, o purpurado pede duas coisas de seus irmãos bispos na sua assembleia outonal da próxima semana. Primeiro, que peçam ordem de Roma para que os bispos abusadores e encobridores “não possam se apresentar como clérigos nem participem em atividades da Igreja ou celebrações litúrgicas”. Segundo, que contem a fundo “com a ajuda dos leigos”, na forma de “juntas de revisão de denúncias compostas por não clérigos” e com outros especialistas não sacerdotes.

“É inexplicável”, recalca O’Malley. “Não entendo que a essas alturas da história hajam bispos que não entendam as consequências de não abraçar a tolerância zero e a transparência”.

O arcebispo de Boston, novo presidente da Fundação Papal

Sean O'Malley, cardeal e arcebispo de Boston. Foto: George Martell | Pilot New Media

Por outro lado, o cardeal O’Malley foi eleito novo presidente da Fundação Papal, a associação benéfica de filantropos estadunidenses administrada pelos bispos do país.

Assim, o arcebispo de Boston — o qual serviu no executivo da Fundação durante os últimos doze anos — sucederá o cardeal Donald Wuerl, ex-arcebispo de Washington, o qual, em meados de outubro, teve sua renúncia aceita pelo Papa Francisco em razão da idade.

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