Com relação ao Comunicado da Pontifícia Comissão para a Proteção dos Menores

Mais Lidos

  • Mudanças climáticas: aprender a fazer as conexões. Artigo de Leonardo Boff

    LER MAIS
  • Com seca extrema, rio Amazonas deve baixar históricos 8 metros em setembro

    LER MAIS
  • “A política não é uma profissão, é o sentido que encontrei para a vida”. Entrevista com José Mujica

    LER MAIS

Newsletter IHU

Fique atualizado das Notícias do Dia, inscreva-se na newsletter do IHU


Revista ihu on-line

Zooliteratura. A virada animal e vegetal contra o antropocentrismo

Edição: 552

Leia mais

Modernismos. A fratura entre a modernidade artística e social no Brasil

Edição: 551

Leia mais

Metaverso. A experiência humana sob outros horizontes

Edição: 550

Leia mais

11 Setembro 2018

Chama a atenção a severidade e a precisão do Comunicado da Pontifícia Comissão para a Proteção dos Menores divulgado no final dos trabalhos da IX Assembleia Plenária, reunida em Roma de 7 a 9 de setembro de 2018. O comunicado de imprensa ilustra em três idiomas o desenvolvimento dos trabalhos, os principais conteúdos e alguns compromissos futuros. A Comissão, sendo uma instituição criada pelo Santo Padre para "a proteção dos menores", justamente dedicou tempo e espaço para ouvir as vítimas de abusos, mesmo que - afirma-se - "o nosso ponto de partida não seja investigar os casos específicos, mas a prevenção para o futuro".

O comentário é publicado por Il Sismografo, 10-09-2018. A tradução é de Luisa Rabolini.

Nessa perspectiva, a Comissão, através do Comunicado, espera que pelo seu trabalho, pelas suas elaborações, e "pelo testemunho direto das vítimas", as "igrejas locais aufiram benefício e (...) aperfeiçoem constantemente a proteção". A nota também antecipa que "o grupo de trabalho responsável pela Educação e Formação delineou uma série de iniciativas futuras, seminários e conferências que são uma parte essencial da promoção da responsabilidade e da conscientização para as políticas de proteção locais."

Tal trabalho, tal seriedade, tal conscientização merecem louvor, orações e apoio de todo o Povo de Deus. Há apenas um pequeno detalhe, talvez uma pergunta, e ser endereçada a essa Comissão tão importante e tão influente: por que, quase nunca, esse grupo de trabalho apoiado e criado pelo Papa não se dirige também aos membros do clero, dentro do qual, como se sabe há décadas, se esconde o núcleo duro da pedofilia a tal ponto que, agora, culturalmente, costuma-se falar de "pedofilia clerical"?

Por que essa Comissão, com seu prestígio e rigor reconhecidos por todos, não se dirige também àqueles que, na Igreja, tiveram condutas de viés pedófilo grave e às vezes contumaz?

Seria importante que na luta dos Pontífices e da Igreja contra a pedofilia clerical existissem, periodicamente, tomadas de posição abalizadas para manter viva a condenação e a rejeição deste "crime e pecado". Os pedófilos na Igreja deveriam sentir-se sempre observados e controlados, em primeiro lugar pelos órgãos de tutela e proteção da própria Igreja, como a Pontifícia Comissão para a Proteção dos Menores.

A atmosfera cultural dentro da comunidade eclesial deveria estar em permanente estado de alerta. A Igreja registrará menos vítimas, na medida em que poderá ter menos carrascos em suas instituições. Não se combate o crime apenas com a solidariedade para com as vítimas, é preciso também tomar medidas rigorosas contra os criminosos.

Entre outras coisas, o Comunicado da Comissão relembra que o seu trabalho serve também como "prevenção para o futuro" e, portanto, as políticas para combater e lutar contra os pedófilos são uma condição indispensável para curar essa chaga.

Leia mais

Comunicar erro

close

FECHAR

Comunicar erro.

Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:

Com relação ao Comunicado da Pontifícia Comissão para a Proteção dos Menores - Instituto Humanitas Unisinos - IHU