26 Janeiro 2018
Um 2018 sob o signo de dom Romero? Parece que sim. O beato de El Salvador, a quem o Papa Francisco tanto estima, começou o novo ano com menções importantes que o sítio Supermartyrio, sempre atento às circunstâncias terrenais do futuro santo nacional, recolhe e destaca com esperança. No discurso de fim de ano da Congregação para a Causa dos Santos, o organismo da Igreja em cujas mãos se encontra o processo de canonização do bispo mártir, o prefeito do dicastério, cardeal Angelo Amato, incluiu Romero entre os santos proeminentes da Igreja.
A reportagem é de Alver Metalli, publicada por Vatican Insider, 24-01-2018. A tradução é do Cepat.
Comentando, no dia 8 de janeiro, a expressão com a qual popularmente se designa o organismo que preside: “Fábrica de Santos”, Amato disse: “Assim como as fábricas que produzem, por exemplo, excelentes automóveis de luxo, como Mercedes, Ferrari e Chevrolet, fruto da pesquisa e da contínua inovação, a Congregação para a Causa dos Santos também “produz” beatos e santos como Madre Teresa de Calcutá, Padre Pio de Pietrelcina, João Paulo II e Dom Óscar Romero, que por seu extraordinário testemunho evangélico são em nosso tempo o navio-almirante da Igreja e da sociedade”.
Nesse mesmo dia 8 de janeiro, o Papa Francisco, no tradicional discurso ao corpo diplomático acreditado no Vaticano, teve um gesto de afeto para com Romero que não passou inadvertido. O vaticanista Andres Beltramo o registrou com estas palavras, em um tuíte que postou nesse mesmo dia: “O embaixador de El Salvador ante o Vaticano [Manuel Roberto López Barrera] lhe entregou [a Francisco] uma cruz com a imagem de Dom Romero e o Papa a beijou imediatamente”. O Papa – comenta Supermartyrio – “recebe muitos presentes em tais encontros, incluindo imagens religiosas, mas é raro ver tal mostra de afeto e reverência”.
Poucos dias depois, os líderes das igrejas cristãs na Itália citaram Romero em uma mensagem comum para a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos. Assinado pelos representantes da Igreja Católica, da Federação das Igrejas Evangélicas na Itália e a Arquidiocese Ortodoxa da Itália e Malta, a declaração dizia: “O Senhor nos pede que sejamos profetas outra vez neste mundo, vestindo a armadura do Evangelho da paz e a justiça para responder ao mal com o bem, ao ódio e inimizade com o amor. Óscar Arnulfo Romero, arcebispo de San Salvador, assassinado no altar por seu amor ao Evangelho e aos pobres, dizia que ‘A única violência que o Evangelho admite é a que se faz a si mesmo’. É o testemunho contínuo dos mártires, cujo sangue é, por isso, uma semente de unidade”.
Nesse mesmo dia, o postulador da causa de canonização de dom Romero, o italiano Vincenzo Paglia, foi nomeado membro da Comissão de bispos da Congregação para a Causa dos Santos. Celebrando sua nomeação no Twitter, Paglia declarou: “a nomeação de hoje me recorda que devo redobrar meus esforços como Postulador das Causas do bispo mártir Óscar Romero e do sacerdote cubano-americano, o Venerável Félix Varela”.
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Romero, a “Ferrari” da Igreja - Instituto Humanitas Unisinos - IHU