05 Janeiro 2018
Viagens ao exterior, foco nos direitos e necessidades dos migrantes e refugiados e um Sínodo dos Bispos dedicado aos jovens estão todos no calendário de 2018 do Papa Francisco.
Suas atividades e as paixões que as conduzem já são conhecidas. Na verdade, no dia 13 de março será o quinto aniversário da sua eleição para Papa, sucedendo o Papa aposentado Bento XVI.
Francisco, com recém completos 81 anos, começará 2018 com foco em Maria e nos migrantes e refugiados.
A reportagem é de Cindy Wooden, publicada por Catholic News Service, 02-01-2018. A tradução é de Luísa Flores Somavilla.
Assim como todos os papas modernos, a devoção mariana de Francisco e sua preocupação com as pessoas que são forçadas a fugir de casa têm sido uma constante em seu ministério.
Mas ele é o primeiro a dedicar uma celebração do Dia Mundial da Paz especificamente ao tema dos migrantes e refugiados. No dia 1º de janeiro, pela 51ª vez, a Igreja Católica vai começar o novo ano rezando pela paz. É também o dia das Festas de Maria, mãe de Deus, e apesar de ter enviado uma mensagem aos chefes de Estado refletindo sobre o tema do Dia da Paz em novembro, o foco da homilia de Francisco na missa deve ser Maria.
O foco do Papa nos migrantes e refugiados ganhará destaque novamente em 14 de janeiro, ao acrescentar ao calendário litúrgico papal normal uma missa especial pelo Dia Mundial do Migrante e do Refugiado.
Tanto na mensagem da celebração de 14 de janeiro como na mensagem pelo Dia Mundial da Paz, Francisco pediu aos católicos que se envolvessem na elaboração dos compactos globais das Nações Unidas para os migrantes e refugiados.
Ao aprovar o desenvolvimento dos compactos em setembro de 2016, "os líderes mundiais expressaram claramente seu desejo de tomar atitudes decisivas em apoio a migrantes e refugiados, para salvar sua vida e proteger seus direitos", disse o Papa em sua mensagem. Ele pediu que os católicos se envolvessem pressionando seus governos para se incluírem nas propostas de compactos que assegurariam a abertura, proteção, promoção e integração dos migrantes e refugiados.
Embora os trabalhos nos compactos tenham sofrido um revés quando o governo Trump anunciou, no início de dezembro, que estava deixando o processo e não faria parte dos acordos, as Nações Unidas esperam finalizar um esboço dos documentos até fevereiro. No final de 2018, a Assembleia Geral da ONU realizará uma conferência para adotar os compactos.
No dia 15 de janeiro, Francisco sai para uma visita de seis dias ao Chile e ao Peru. Como é típico dele, a viagem incluirá reuniões com autoridades governamentais e grandes missas públicas, bem como uma visita a uma prisão feminina e a um lar para crianças em vulnerabilidade social.
Até o dia 20 de dezembro, nenhuma outra viagem papal havia sido confirmada para 2018, embora funcionários do Vaticano tenham dito que é quase certo que Francisco vai para Dublin no final de agosto para o Encontro Mundial das Famílias; nesta viagem, ele deve ser o primeiro Papa a visitar a Irlanda do Norte.
Funcionários do Vaticano também confirmaram que pode acontecer uma viagem para a Lituânia, a Letônia e a Estônia em setembro. E não descartam uma viagem na primavera, talvez para a África.
Um mês do calendário do Papa já está bem ocupado. O Sínodo dos Bispos, com foco nos jovens e suas vocações, será realizado no Vaticano de 3 a 28 de outubro. Em preparação para o encontro dos bispos, o Vaticano pediu que as conferências episcopais de todo o mundo nomeiem jovens para participar de um pré-sínodo de 19 a 24 de março, em Roma.
O cardeal Lorenzo Baldisseri, secretário-geral do sínodo, disse que Francisco espera cerca de 300 jovens - principalmente, mas não todos, católicos - para a reunião. Muitos deles falarão para todo o grupo sobre as esperanças e preocupações dos jovens, o que podem oferecer à Igreja e o que precisam dela. Eles vão discutir as apresentações em pequenos grupos e preparar um resumo para os bispos presentes no Sínodo.
O quinto aniversário do pontificado de Francisco também significa que 2018 é o quinto aniversário do seu Conselho Internacional dos Cardeais e da tentativa de reformar a Cúria Romana.
Foram feitas alterações, novas leis foram aprovadas, gabinetes foram fundidos para reduzir o que estava em duplicidade. Mas 2017 terminou sem uma indicação clara de quando estaria pronto um documento apresentando uma visão global da Cúria e de cada um dos seus escritórios.
Talvez seja isso o que Francisco quer de presente de Natal em 2018.
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Prioridades do Papa para o Ano Novo: Refugiados, jovens, viagens, mais reforma da Cúria - Instituto Humanitas Unisinos - IHU