"Como podemos falar de direitos humanos com aqueles que nunca puderam exercê-los?"

Foto: WikiImages | Pixabay

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10 Dezembro 2025

  • O dia 10 de dezembro marca a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Uma data que, para milhões de pessoas privadas até mesmo de suas necessidades mais básicas, não significa nada em seu cotidiano.

A reportagem é publicada por Manos Unidas e reproduzida por Religión Digital, 10-12-2025. 

Amanhã, 10 de dezembro, o mundo comemora a adoção, em 1948, da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Deveria ser um dia de celebração, mas, infelizmente, para milhões de pessoas, privadas até mesmo de suas necessidades mais básicas, isso não significa nada em seu cotidiano.

A Manos Unidas insiste que as medidas para garantir os direitos humanos não devem permanecer meras declarações de intenção. "Até hoje, apesar dos progressos, não existe um único país que respeite plenamente os direitos que deveriam proteger todos os seres humanos. E existem lugares onde nem mesmo as garantias mínimas para o seu exercício existem ", afirma Fidele Podga, coordenador de estudos da Manos Unidas.

Embora a organização trabalhe pela igualdade e dignidade há quase setenta anos, a realidade que vem de muitos países levanta questões incômodas. "Nossa experiência e conhecimento do que acontece além de nossas fronteiras nos levam a questionar como podemos falar de direitos humanos para aqueles que nunca puderam exercê-los", destaca Podga.

Os dados são alarmantes. Em 2024, um defensor dos direitos humanos ou jornalista foi assassinado ou desapareceu a cada 14 horas. Quase uma em cada três mulheres no mundo já sofreu violência física ou sexual. Cerca de 2,3 bilhões de pessoas vivem em situação de insegurança alimentar. E milhões de outras veem suas vidas destruídas por conflitos que raramente chegam às manchetes.

Segundo Podga, o progresso está cada vez mais lento e até mesmo regrediu em países com sistemas democráticos. "Todos os dias vemos violações em áreas que consideramos garantidas, mas que representam conquistas sociais frágeis."

A defesa dos direitos humanos norteia todas as ações da Manos Unidas. A organização trabalha para proteger crianças, promover a igualdade de gênero, garantir o acesso à água e aos alimentos, auxiliar refugiados e migrantes e apoiar comunidades indígenas e rurais, bem como defensores dos direitos humanos. Trabalha também para proteger o direito a um planeta habitável e seguro para todos.

Os direitos humanos são vitais: alimentação, água potável, educação, saúde, moradia, liberdade, trabalho digno, paz. Não são apenas teoria.

Em 2024, a Manos Unidas aprovou 575 novos projetos em 53 países da África, Ásia e América, que melhoraram a vida de 1,6 milhão de pessoas.

“Enquanto houver milhões de pessoas para quem ‘direitos humanos’ continua sendo uma expressão vazia, continuaremos trabalhando. Com ações. Com dados. Com projetos. E com a convicção de que cada gesto conta”, conclui Podga.

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