A mediocridade dos arrogantes. Breve reflexão para crentes ou não. Comentário de Chico Alencar

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27 Outubro 2025

"Humildade não é se humilhar, rebaixar, oprimir. É reconhecer que somos limitados, falhos e finitos. "Para ser grande, sê inteiro: nada teu exagera ou exclui" (Fernando Pessoa - 1888-1935). Ser humilde é ter consciência da igualdade radical de todos os seres humanos ("se as estrelas são tantas, só mesmo amor" - cantou Caetano Veloso, em "Gente"). 

A reflexão é de Chico Alencar, deputado federal - PSOL-RJ, ao comentar o Evangelho de Lucas, 18,9-18.

Eis o comentário.

Na parábola deste domingo (Lucas, 18, 9-18), Jesus 'detona' os soberbos, os arrogantes, os de "nariz empinado", que "se acham".

Como eles continuam numerosos por aí!

O episódio é simples: no Templo, um fariseu reza se autoelogiando, se glorificando perante Deus como perfeito: "não sou como os outros, sigo os preceitos".

Ao contrário desse homem cheio de empáfia, um publicano - cobrador de impostos, categoria detestada na época - reconhecia, no fundo da nave, seus pecados, suas fraquezas, e pedia sinceramente perdão a Deus.

Jesus conclui dizendo que o fiel modesto voltou para casa justificado: "quem se exalta será humilhado, e quem se humilha será elevado".

Uma bela cutucada na sociedade das aparências, da obsessão pelo poder, fama e prestígio.

Toda arrogância, aliás, revela tremenda insegurança. Quem precisa estar o tempo todo louvando o próprio "eu", falando de si, se dizendo "o máximo", está é revelando sua debilidade.

Há muitas formas de ser pretensioso, soberbo. Até no modo de falar, de pregar, de defender (impor) suas ideias...

O mundo de hoje anda doente porque, como disse papa Francisco (1936-2025), "em uma cultura na qual cada pessoa quer se afirmar, torna-se difícil que os cidadãos desejem integrar um plano comum, que vá além do ganho individual e das ambições pessoais".

Humildade vem de húmus, que gera fecundidade.

Temos sido terra macia, silenciosa e fértil, onde germinam sementes de fraternidade, justiça e solidariedade?

James Jacques Tissot (1836-1902): "O fariseu e o publicano"

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