Adoção global de carros elétricos não reduz emissões de CO2, aponta estudo

Foto: Unsplash

Mais Lidos

  • Eles se esqueceram de Jesus: o clericalismo como veneno moral

    LER MAIS
  • Estereótipos como conservador ou progressista “ocultam a heterogeneidade das trajetórias, marcadas por classe, raça, gênero, religião e território” das juventudes, afirma a psicóloga

    Jovens ativistas das direitas radicais apostam no antagonismo e se compreendem como contracultura. Entrevista especial com Beatriz Besen

    LER MAIS
  • Ecocídio no Congresso Nacional. Artigo de Carlos Bocuhy

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

23 Abril 2025

Pesquisa revela que veículos elétricos sozinhos não são suficientes para combater a crise climática Estudo da University of Auckland destaca que, apesar do crescimento das vendas de veículos elétricos em todo o mundo, as emissões globais de CO2 continuam em alta; especialistas defendem políticas de mobilidade sustentável além da eletrificação.

A informação é publicada por EcoDebate, 18-04-2025.

Apesar do crescimento acelerado das vendas de veículos elétricos (EVs) em todo o mundo, um novo estudo da University of Auckland, na Nova Zelândia, revela que essa tendência não tem resultado na redução significativa das emissões globais de CO2.

A pesquisa, publicada neste mês, aponta que políticas públicas focadas exclusivamente na substituição de carros movidos a combustíveis fósseis por modelos elétricos podem não ser suficientes para enfrentar a emergência climática.

Segundo os autores do estudo, a eletrificação da frota automotiva, embora importante, não resolve as causas estruturais do excesso de emissões no setor de transportes.

A análise destaca que, enquanto os carros elétricos eliminam a emissão de poluentes durante o uso, a produção de energia para recarregá-los e os processos industriais necessários para fabricar baterias continuam fortemente dependentes de combustíveis fósseis em muitas partes do mundo.

Além disso, o estudo chama atenção para o fato de que o simples aumento no número de veículos — elétricos ou não — pode gerar mais tráfego, ampliar o consumo de energia e incentivar estilos de vida baseados em transporte individual motorizado, o que mantém elevada a pegada de carbono global.

Os pesquisadores defendem que os governos precisam adotar uma abordagem mais ampla para descarbonizar o transporte, combinando políticas de incentivo ao transporte público, planejamento urbano focado em mobilidade sustentável, melhorias na infraestrutura para bicicletas e pedestres, e redução da dependência de automóveis.

“A eletrificação da frota é apenas uma parte da solução. Se queremos reduzir emissões de forma consistente, precisamos também transformar nossos sistemas de transporte e a forma como planejamos nossas cidades”, afirma o professor David Hall, coautor do estudo.

O levantamento conclui que, para que os veículos elétricos contribuam de maneira efetiva no combate ao aquecimento global, é fundamental que a matriz energética mundial seja descarbonizada — ou seja, baseada em fontes renováveis como solar, eólica e hidrelétrica. Caso contrário, a transição dos motores a combustão para os elétricos apenas desloca o problema das ruas para as usinas de energia.

O estudo reforça ainda que políticas públicas devem priorizar a redução do uso de carros em geral, independentemente do tipo de motorização, e focar em soluções que tornem as cidades menos dependentes do transporte individual.

Referência

Miaomiao Tao, Boqiang Lin, Stephen Poletti. Deciphering the impact of electric vehicles on carbon emissions: Some insights from an extended STIRPAT framework. Energy, 2025; 316: 134473. Disponível aqui.

Leia mais