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18 Março 2025

“Noiva mística”. Em seu novo livro, Giulio Busi explora três mil anos de literatura e religião, na trilha do fenômeno do casamento entre terra e céu. Pedimos ao autor que nos apresentasse o conteúdo do livro.

O comentário é de Giulio Busi, estudioso do misticismo judaico, publicada por Il Sole 24 Ore, 16-03-2025. A tradução é de Luisa Rabolini. 

Eis o comentário.

Mística sim, mas verdadeira. Não importa se a vestimenta é impalpável. Tampouco conta o corpo diáfano, de marfim e luz. A noiva mística é real, seu desejo é concreto, sua paixão é ardente. Não esperem um livro de sentimentos moderados ou de virtude contida. Encontrar a noiva é ser perturbado, ter ciúmes e se alegrar. A noiva está entre nós e está determinada a deixar sua marca. Ela ocupará o centro do palco. Seu casamento é desejado, organizado e consumado por um homem? É verdade, quase sempre, mas onde quer que haja uma fresta ou uma brecha de autonomia, tentaremos aproveitá-la e devolver à noiva a sua liberdade. Para entender o que nos espera, basta tomar em mãos o indispensável cerimonial de todo casamento místico: “Beije-me ele com os beijos da sua boca; porque melhor é o teu amor do que o vinho. Suave é o aroma dos teus unguentos; como o unguento derramado é o teu nome; por isso as virgens te amam” (Cant. 1, 1-3). Cântico dos Cânticos fala de amor. Um amor pleno, sensual e transgressor, ritmado por uma voz feminina. A exclamação inicial - yiššaqeni mi-nešiqot pihu, “beije-me ele com os beijos da sua boca” - é um manifesto do desejo. Não sagrado, não religioso, não abstrato. Os beijos são concretos e realmente esperados. A partir daí, dessa pretensão, impetuosa e peremptória, começa o namoro.

La sposa mistica. Corpi terreni, erotismo divino. Dal "Cantico dei cantici" a Paul Celan, de Giulio Busi (Foto: Divulgação)

A tradição ocidental da noiva mística, tão extensa, variegada e luxuriante, não existiria sem o paradoxo do Cântico dos Cânticos. E, por sua vez, o Cântico jamais teria encontrado vigor e seiva sem a expectativa erótica, que irrompe já na frase de abertura. Capítulo por capítulo, descobrimos os afetos, as dúvidas e as paixões da noiva. Nós a acompanharemos até o lugar mais secreto de seu amor, não a abandonaremos se ela for abandonada, estaremos com ela se ela redescobrir a alegria conjugal. As bodas místicas são, em todos os aspectos, semelhantes ao casamento comum, exceto pelo fato de que os dois cônjuges estão distantes, desiguais, incompatíveis. Ela está no céu, ele na terra, ou ele está lá em cima, enquanto ela vive entre as pessoas. Ele é eterno, ela mortal, eles se atraem, gostam um do outro, mas o encontro é difícil, talvez impossível. Não é uma simples distância, do tipo que torna o amor premente e urgente.

Uma carta não é suficiente para supri-la, ou uma espera paciente para superá-la. O abismo no qual as bodas místicas se baseiam é tão profundo quanto um poço escuro. Se você jogar uma moeda, não a ouvirá cair. Se escrever uma mensagem, a distância entre palavra e palavra lhe tirará o fôlego.

Entre a noiva e o noivo há um salto de espaço e tempo. Temos certeza de que eles foram feitos um para o outro, mas como conseguirão se encontrar? A distância intransponível é o primeiro e essencial alimento das bodas místicas. Que são místicas, justamente, por necessidade pois somente dessa forma é possível que se aproximem aqueles que habitam mundos diferentes. Ao longo do caminho, a noiva muitas vezes muda seu vestido, seu rosto, seu humor. Da vertente cristã, que começa com a proclamação dos Evangelhos, se encarregam os Padres da Igreja, com suas exortações à consagração das virgens, e algumas sábias vozes místicas, como as de Ângela de Foligno, Catarina de Siena ou Teresa de Ávila.

Estas, sim, são expressões profundamente femininas, não apenas porque vêm de mulheres que escolheram a clausura, mas também porque é feminina a intensidade emocional de sua dedicação àquele que, já nos testemunhos narrativos mais antigos, se anuncia como o noivo por excelência, ou seja, Jesus de Nazaré. Aquele que tem a esposa é o esposo (João 3,29), declara João Batista. A mensagem é clara. “Ter a esposa”, poder amar e se alegrar com ela, é uma condição essencial do esposo. Sem sua parceira, ele não pode mais ser distinguido dos outros, ou seja, perde seu status. É por isso que o papel da Igreja como a noiva de Cristo, herdado da união da Comunidade de Israel com o Senhor, tem uma função tão fundamental. Imaginação, erotismo e loucura amorosa transgredem não apenas a moral atual. Também superam os limites das confissões e das religiões.

Dão razão a essas transgressões, na La Sposa Mistica, as contribuições de grandes personalidades, como Rabi'a (século VIII), a mais famosa entre as místicas muçulmanas. Ou como a avassaladora Mirabai (século XVI), a princesa indiana perseguida por sua devoção a Krsna, indômita no turbilhão de seu próprio êxtase. Ao lado dos casamentos desejados, buscados com toda a alma, encontrar-se-ão casamentos transpostos em sentido puramente literário, ou mesmo alguma união virada, transcrita em linguagem laica, ou mesmo não sagrada, com uma veia anticlerical e antiburguesa. As noivas místicas abandonam as sinagogas e os conventos para ir às praças, caminhar pelas ruas da cidade, unir-se a cônjuges de linhagem incerta ou mesmo a figuras obscuras e sem devoção. Mas elas quase sempre fazem isso com uma graça e espontaneidade que honram suas origens “outras”.

Quando Charles Baudelaire assegura à bela desconhecida, adorada pelo espaço de um instante, “Tu que eu teria amado, ó tu que o adivinhaste!”, ele não estaria explicitando, em uma rua parisiense, um paradigma de impossibilidade e desejo erótico misteriosamente vital? A noiva chega de repente, inesperada. Assim que ela aparece, o noivo sabe que não pode resistir a ela. Tampouco quer outras no mundo, exceto ela.

Leia mais

  • A paixão do Cântico dos Cânticos na leitura de Benigni. Artigo de Enzo Bianchi
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