06 Fevereiro 2025
Declínio da fonte para produção de eletricidade ajudaria descarbonização do setor elétrico chinês, que responde por cerca de 60% das emissões de carbono do país.
A informação é publicada por ClimaInfo, 04-05-2025.
O ano de 2025 começou com Donald Trump paralisando investimentos em fontes renováveis de energia e estimulando o aumento da produção de combustíveis fósseis nos Estados Unidos. Mas pode terminar com uma grata surpresa envolvendo o maior emissor global de gases de efeito estufa: a China.
Pela primeira vez em uma década, a geração termelétrica chinesa, baseada principalmente em carvão, deverá cair em 2025, segundo estimativas de analistas, informa a Reuters, em matéria traduzida por Folha e Isto É Dinheiro. Eles alertam, contudo, que condições climáticas extremas ou um crescimento industrial mais forte do que o esperado podem alterar essa previsão.
Se o país conseguir esse feito, será um sinal positivo para a descarbonização do setor de energia elétrica chinês, que representa cerca de 60% das emissões de GEE do país. A China planeja que suas emissões totais atinjam o pico antes de 2030 e sejam reduzidas a emissões líquidas zero antes de 2060.
E se no ano passado a China quebrou o seu próprio recorde de implantação de fontes renováveis de energia, com pouco mais de 350 gigawatts (GW) eólicos e solares instalados, lembra a Bloomberg, a expectativa para 2025 é igualar ou superar esse patamar. Os desenvolvedores estão correndo para cumprir as metas do 14º plano quinquenal até o fim do ano, o que, segundo analistas, cria condições para que as renováveis atendam a toda a nova demanda de energia neste ano.
A demanda chinesa de eletricidade está se tornando um ponto focal importante na luta global contra as mudanças do clima, mas cria um “enigma climático”, destaca a Bloomberg. Por um lado, a adoção vertiginosa de energia renovável pelo país criou esperança de atingir o pico de emissões e começar a reduzir os gases de efeito estufa muito antes da meta declarada de 2030. Mas, por outro, a demanda energética do país cresce de forma sem precedentes, exigindo cada vez mais carvão para ser queimado em termelétricas.
Amit Forlit, israelense acusado de hacking, indicou, em documentos judiciais apresentados em Londres, que um vasto caso criminal decorrente do roubo de informações de ativistas do clima ocorreu a mando da Exxon Mobil e da empresa de lobby DCI Group, relata o E&ENews. Foi a primeira vez que a Exxon e a DCI, que atua como sua firma de lobby, são publicamente vinculadas ao que os promotores descrevem como uma campanha de hacking de vários anos para roubar informações de ativistas que ajudaram estados e cidades a processar empresas de combustíveis fósseis por sua contribuição para as mudanças climáticas. Os municípios buscam bilhões de dólares em indenizações das petrolíferas, incluindo a Exxon, por danos relacionados a enchentes e outros impactos climáticos.