A partir de 18 de janeiro a iniciativa ecumênica de oração. No centro da edição de 2025 está a pergunta de Cristo a Marta: “Crês tu nisso?”. Na Itália, a mensagem assinada por representantes de 17 comunidades eclesiais se reunirá em 21 de janeiro em Nápoles. “Crês tu nisso?” A pergunta que Jesus faz a Marta depois de lhe dizer que é “a ressurreição e a vida”, durante sua visita à casa de Marta e Maria em Betânia, após a morte de seu irmão Lázaro, conforme narrado pelo evangelista João, está no centro da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos.

A reportagem é de Tommaso Piccoli, publicada por Avvenire, 14-01-2025. A tradução é de Luisa Rabolini.

O encontro anual que, no hemisfério norte e, portanto, também na Itália, é realizado de 18 a 25 de janeiro (enquanto no hemisfério sul, onde janeiro é um período de férias, é transferido para outras datas, por exemplo, no período do Pentecostes), faz uma retrospectiva do 1700º aniversário do Concílio de Niceia, que se comemora em 2025. Esse foi o primeiro Concílio ecumênico na história do cristianismo, realizado perto de Constantinopla e do qual surgiu o Credo que possibilitou definir os fundamentos comuns essenciais sobre as quais construir comunidades locais que se reconhecessem como Igrejas irmãs, cada uma respeitando a diversidade das outras.

O aniversário “oferece uma oportunidade única para refletir e celebrar nossa fé comum como cristãos, conforme expresso no Credo formulado durante aquele Concílio, uma fé que ainda está viva e fecunda hoje”. E é um convite “para haurir dessa herança compartilhada e entrar mais profundamente na fé que nos une como cristãos”, explica o subsídio do Dicastério Vaticano para a Promoção da Unidade dos Cristãos e da Comissão Fé e Constituição do Conselho Ecumênico de Igrejas. “O texto aprovado utilizava a primeira pessoa do plural: “Cremos...”, fórmula que sublinhava uma pertença comum”, acrescenta o documento que contém as orações e as reflexões elaboradas pelos irmãos e irmãs da Comunidade Monástica de Bose. Aqui a Semana de Oração se concentra no “significado de crer” e na “afirmação da fé, tanto pessoal quanto comunitária”. Conforme a tradição, no dia 25 de janeiro, Solenidade da Conversão de São Paulo, o Papa Francisco concluirá a Semana com a celebração das Vésperas Ecumênicas, às 17h30, na Basílica de São Paulo Fora dos Muros, em Roma.

O Credo de Niceia também emoldura a mensagem das Igrejas presentes na Itália para a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos. “Nossas Igrejas reconhecem em suas formulações uma expressão completa da fé cristã que todas compartilham. Isso nos lembra que, por trás de nossas histórias diferentes e muitas vezes divididas, de nossas diferentes perspectivas, existe a mesma vocação do único Senhor Jesus Cristo, que chama todos à obediência da fé. A comunhão que vivemos, o diálogo que promovemos e a unidade que buscamos não se baseiam, portanto, em nossas boas intenções, mas no chamado comum para receber e dar testemunho do amor de Deus em Cristo”, destaca a mensagem. Um texto que se encerra com dezessete assinaturas. “Muito mais do que o normal”, está escrito. Elas vão do bispo de Pinerolo, Derio Olivero, presidente da Comissão Episcopal para o Ecumenismo e o Diálogo da Conferência Episcopal Italiana, até o padre Ambrogio Matsegora, administrador das paróquias do Patriarcado de Moscou na Itália, passando por Alessandra Trotta, moderadora da Tavola Valdese, ou o Metropolita Polycarpos, da Arquidiocese Ortodoxa da Itália. Uma decisão tomada na segunda Conversação Espiritual entre as Igrejas Cristãs na Itália, enquanto a terceira está programada para 16 de junho. “Em Nápoles, no dia 21 de janeiro, todas as Igrejas signatárias se unirão em um encontro ecumênico nacional que assumirá a forma de um Simpósio Nacional em 2026”, anuncia a mensagem. Depois retorna à pergunta de Jesus: “Crês tu nisso?”. “Nós também receberemos, juntos, essa pergunta, a mesma para todos e feita pelo único Senhor, e seremos chamados juntos a refletir sobre nossa fé, nosso testemunho e nosso serviço, e a responder, cada um e todos. Portanto, estejamos prontos para compartilhar nossa gratidão pela vocação que recebemos e para responder à pergunta de Jesus a Marta, pedindo ao Espirito que alargue nossos corações, abra nossas mentes, oriente nossos passos e nos faça viver a realidade da fraternidade que transcende nossas histórias particulares. Que o nosso encontro, vindos de caminhos diferentes, também possa ser um testemunho em tempos cada vez mais conflituais”.

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