- Francisco revelou que na viagem ao Iraque em março de 2021, duas tentativas de ataques foram evitadas. É o que diz em sua autobiografia a ser publicada em janeiro.
- "Quando perguntei à Gendarmaria no dia seguinte o que sabiam sobre os dois agressores, o comandante respondeu: 'Eles não estão mais lá'. A polícia iraquiana os interceptou e os explodiu. Isso também me afetou muito, isso também foi um fruto envenenado da guerra", lembra ele.
A informação é publicada por Religión Digital, 17-12-2024.
O Papa Francisco revelou que em sua viagem ao Iraque em março de 2021, a primeira de um pontífice àquele país, duas tentativas de ataques foram evitadas, em um trecho de sua autobiografia apresentado na terça-feira antes de sua publicação em janeiro.
"Essa viagem foi desencorajada por todos (...) Mas eu queria ir até o fim, senti que tinha que ir. Ele disse, quase familiarmente, que precisava ir ver nosso avô Abraão, o ancestral comum de judeus, cristãos e muçulmanos", confessa em sua autobiografia que será publicada em 14 de janeiro.
Vida: a minha história através da História, de Papa Francisco, editora HarperCollins Brasil, 2024 (Foto: Divulgação)
Na parte sobre sua histórica viagem ao Iraque, antecipada pelo jornal Il Corriere della Sera, o pontífice argentino lembra que o país ainda sofria os estragos da pandemia e continuava a "mostrar riscos de segurança muito altos" devido aos ataques. Tanto que a Gendarmaria do Vaticano recebeu uma dica dos serviços secretos britânicos sobre dois supostos planos de ataque durante sua viagem apostólica.
"Mesmo depois de toda essa devastação, o vento do ódio não parou. Fui notificado assim que desembarcamos em Bagdá no dia anterior. A polícia alertou a Gendarmaria do Vaticano sobre informações recebidas dos serviços secretos britânicos: uma mulher carregada de explosivos, uma jovem-bomba, estava a caminho de Mosul para se explodir. E uma van também havia saído a toda velocidade com a mesma intenção", lembra.
Em todo caso, a viagem apostólica aconteceu e, entre outros marcos, o Papa visitou a cidade sagrada do islamismo xiita, Najaf, e se reuniu com sua mais alta autoridade, o aiatolá Ali al Sistani, para defender o diálogo entre as religiões.
"Aquele encontro com o Grande Aiatolá Ali al Sistani foi preparado pela Santa Sé por décadas, sem que nenhum dos meus antecessores pudesse completá-lo", reconhece Francisco. Enquanto isso, o Pontífice ainda estava ciente dos dois supostos agressores dos quais havia sido avisado em sua chegada ao Iraque.
"Quando perguntei à Gendarmaria no dia seguinte o que ele sabia sobre os dois agressores, o comandante respondeu laconicamente: 'Eles não estão mais lá'. A polícia iraquiana os interceptou e os explodiu. Isso também me afetou muito, isso também foi um fruto envenenado da guerra", lembra.
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A “mulher-bomba” que queria atacar o Papa: Francisco revela duas tentativas de atentados em sua viagem ao Iraque - Instituto Humanitas Unisinos - IHU