17 Dezembro 2024
Só na guerra em Gaza foram 55 mortes de jornalistas.
A reportagem é de Edelberto Behs, jornalista.
No Dia Universal dos Direitos Humanos, 10 de dezembro, a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) divulgou a lista macabra de 2024, que contabilizou o assassinato de 104 jornalistas e a prisão de 520 profissionais da imprensa.
Pelo segundo ano consecutivo, informa a FIJ, a região do Oriente Médio e o Mundo Árabe registraram o recorde de jornalistas mortos: 66 casos, 55 só na guerra em Gaza, na Palestina, representando 60% do número total de jornalistas assassinados de 1º de janeiro a 10 de dezembro deste ano.
Na região da Ásia – Pacífico, o número de profissionais mortos somou 20 casos, consideravelmente superior ao ano anterior, com 12 casos. A região viu o aumento da violência no Sul da Ásia: foram seis assassinatos no Paquistão, cinco em Bangladesch e três na Índia.
A África soma oito jornalistas à lista macabra, com cinco mortes só no Sudão, em consequência da “guerra dos generais”, como a FIJ a qualificou. Nas Américas, com seis mortes registradas, foram cinco assassinatos no México e um na Colômbia. A guerra na Ucrânia voltou a fazer vítimas na Europa, com quatro jornalistas mortos em 2024, o mesmo número registrado no ano passado.
A China, incluindo Hong Kong, tem 135 jornalistas atrás das grades, seguido por Israel, com a prisão de 59 jornalistas palestinos, e de Mianmar, com 44.
A FIJ instou a UNESCO, em 13 de outubro do ano passado, a proteger os jornalistas em Gaza, a abrir corredores humanitários para civis, e refúgios fora do enclave para profissionais da imprensa, o que, pelos dados registrados este ano, pouco ou nada disso se concretizou.
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