02 Outubro 2024
Relatório do Copernicus reforça conclusões do IPCC, que em 2019 considerou “provável” que ritmo do aquecimento dos oceanos tivesse mais do que dobrado desde 1993.
A reportagem é publicada por ClimaInfo, 02-10-2024.
Os oceanos estão enfrentando eventos extremos recordes, o que inclui ondas de calor marinhas profundas e intensas e proliferações inesperadas de fitoplâncton. Uma prova disso é que a taxa de aquecimento dos mares quase dobrou desde 2005. Em 2023, mais de um quinto da superfície marinha global sofreu uma forte onda de calor.
Essas são algumas das conclusões da 8ª edição do Relatório sobre o Estado dos Oceanos (OSR 8), do observatório climático europeu Copernicus. Segundo o documento, os oceanos aqueceram 1,05 watts por metro quadrado desde 2005, em comparação com 0,58 watts por metro quadrado nas décadas anteriores.
O aumento da temperatura é explicado pelo fato que, desde 1970, os oceanos absorveram mais de 90% do excesso de calor do sistema climático, causado pelas intensas emissões de gases de efeito estufa vindo das atividades humanas, principalmente da queima de combustíveis fósseis, explicam Folha, O Globo, Exame e VOA News. Além disso, como os oceanos absorvem um quarto do CO2 atmosférico, sua acidez aumentou 30% desde 1985. O que pode tornar a água corrosiva para conchas, corais, mexilhões e ostras, por exemplo.
Cobrindo 70% da superfície terrestre, os oceanos são um dos principais reguladores do clima na Terra. Águas mais quentes favorecem tempestades e furacões extremos. “O aquecimento dos oceanos pode ser considerado nosso vigilante do aquecimento global. Ele não parou de aumentar desde a década de 1960”, destacou a oceanógrafa Karina Von Schuckmann ao apresentar o relatório.
O relatório do Copernicus reforça as conclusões do IPCC. Em 2019, o grupo de cientistas considerou “provável” que o ritmo do aquecimento dos oceanos tivesse mais do que duplicado desde 1993.
As temperaturas no Oceano Pacífico quebraram recordes em 2023. Mais um efeito das mudanças climáticas que destruiu grande parte do Parque Nacional Islas Marietas, no México – apenas um quinto da cobertura de corais registrada em 1995 ainda sobrevive, segundo especialistas.
Mas nem tudo está perdido, de acordo com Paola Rodríguez Troncoso, coordenadora do projeto de reabilitação de corais da Universidade de Guadalajara para o Pacífico central mexicano. A bióloga marinha afirmou que mais de uma década de trabalho levou à descoberta de corais individuais que demonstram resistência a altas temperaturas. Essa descoberta, segundo ela, pode ajudar a enfrentar os problemas causados pelas mudanças climáticas., destaca o Mongabay.
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Ritmo de aquecimento dos oceanos quase duplicou desde 2005 - Instituto Humanitas Unisinos - IHU