• Na sua mensagem para o Dia da Criação, o Papa afirma que o cuidado com o meio ambiente “não é apenas uma questão ética, mas também eminentemente teológica”;
  
  
• “Tal como a humanidade, a criação – sem culpa própria – é escravizada e incapaz de fazer o que foi concebida para fazer, isto é, ter significado e propósito duradouros; está sujeita à dissolução e morte, agravada pelo abuso humano da natureza";
  
  
• Francisco confirmou que “o cuidado da criação não é apenas uma questão ética, mas também eminentemente teológica, pois diz respeito ao entrelaçamento do mistério do homem com o mistério de Deus”.

A reportagem é de Hernán Reyes Alcaide, publicada por Religión Digital, 27-06-2024. 

Desta vez, ao contrário do que se diz, foi do fato para o dizer. 24 horas depois de ter anunciado um sistema revolucionário de painéis solares para adaptar o consumo de eletricidade do Vaticano à transição energética, o Papa Francisco garantiu hoje que com o cuidado da Criação “está em jogo a vida terrena do homem” e que, em última análise, a preocupação adquiriu uma escala "eminentemente teológica".

“Tal como a humanidade, a criação – sem culpa própria – é escravizada e incapaz de fazer o que foi concebida para fazer, isto é, ter significado e propósito duradouros; está sujeita à dissolução e morte, agravada pelo abuso humano da natureza. ", afirmou o Papa na sua mensagem para o Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação, que se celebrará no próximo dia 1 de setembro.

"Mas, pelo contrário, a salvação do homem em Cristo é uma esperança segura também para a criação"; de fato, "também a criação será libertada da escravidão da corrupção para participar na liberdade gloriosa dos filhos de Deus" (Rm 8 ,21). Portanto, na redenção de Cristo é possível contemplar com esperança o vínculo de solidariedade entre os seres humanos e todas as outras criaturas”, afirmou no texto divulgado hoje pelo Vaticano.

Assim, para o Papa, "nesta história não está apenas em jogo a vida terrena do homem, mas sobretudo o seu destino na eternidade , o escaton da nossa bem-aventurança, o Paraíso da nossa paz, em Cristo Senhor do cosmos, o Crucificado-Ressuscitado por amor."

Numa mensagem atravessada também pela palavra-chave do próximo Jubileu, “Esperança”, Francisco confirmou que “o cuidado da criação não é apenas uma questão ética, mas também eminentemente teológica, pois diz respeito ao entrelaçamento do mistério do homem com o mistério de Deus".

Para o pontífice, no texto intitulado “Espere e aja com a criação” , nota-se que “todo o cosmos e toda criatura geme e anseia 'ansiosa' para que a condição atual seja superada e a original seja restabelecida: com efeito, a libertação do homem envolve também a de todas as outras criaturas que, em solidariedade com a condição humana, foram submetidas ao jugo da escravidão”.

“Pode-se dizer que este entrelaçamento é 'generativo', pois remonta ao ato de amor com que Deus cria o ser humano em Cristo. Este ato criativo de Deus concede e fundamenta a ação livre do homem e de toda a sua ética: livre É precisamente o fato de ele ter sido criado à imagem de Deus que é Jesus Cristo e, portanto, 'representante' da criação no próprio Cristo”, argumentou o Papa.

Para Jorge Bergoglio, neste esquema, “há uma motivação transcendente (teológico-ética) que compromete o cristão a promover a justiça e a paz no mundo , também através do destino universal dos bens: é a revelação dos 'filhos de Deus'. por quem a criação espera, gemendo como em dores de parto."

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