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Quando a crise do capitalismo é narrada como crise “de valores”. Entrevista com Nuria Alabao

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01 Mai 2024

As forças políticas de ultradireita avançam em todo o mundo. Após a pandemia, notou-se uma manifesta ordem controladora em grande parte do mundo, chegaram duas guerras altamente visibilizadas e midiatizadas: Ucrânia-Rússia e Palestina-Israel, embora esta última tenha características de genocídio por parte de Israel.

Independentemente de onde estejamos geopoliticamente localizados, por meio de dispositivos eletrônicos, as ameaças, o terror, o discurso de ódio e a aproximação da ideia de catástrofe global impactam diretamente em nossas vidas e saúde mental.

Nuria Alabao (Valência, Espanha, 1976), jornalista e pesquisadora-ativista, doutora em Antropologia Social e Cultural pela Universidade de Barcelona e pertencente a um veículo de comunicação que surge dos movimentos sociais de Madrid, chamado Zona de Estratégia (zonaestraegia.net.), vem pesquisando o tratamento dado pelas novas extremas-direitas às questões de gênero, em suas intersecções com a raça e as migrações.

“As direitas, além de defenderem a ordem de gênero tradicional, servem para sustentar o atual regime capitalista de desigualdade, que é atravessado por hierarquias de raça, gênero e classe, enquanto falam de “estilos de vida” ou de questões morais. Portanto, possuem esta dupla dimensão: por um lado, impactam em um dos pilares da ordem de gênero, ou seja, da estrutura social, por outro, operam como poderosos motores políticos e identitários capazes de catalisar a energia militante em tempos de crise, descontentamento e rejeição da política representativa”.

Nuria participou do encontro Radicalizar a Democracia: Estratégias Feministas frente às Novas Direitas, nos dias 19 e 20 de abril, organizado pela Fundação Rosa Luxemburgo.

A entrevista é de Irupé Tentorio, publicada por Página/12, 26-04-2024. A tradução é do Cepat.

Eis a entrevista.

Como você caracteriza as novas direitas e o que elas têm em comum?

Em geral, devemos vê-las como uma constelação de atores que fornecem uma resposta radical e violenta a um contexto generalizado de crise. Em algumas coisas, assemelham-se aos fascismos históricos, mas em outras exibem respostas inovadoras, adaptadas aos novos tempos.

Ainda que seja difícil definir um único marco onde todas se encaixem, está claro que se reconhecem, se apoiam e compartilham argumentos e recursos de todos os tipos, então, podem ser vistas como um ecossistema próprio. Alguns de seus traços gerais que podemos citar são o etnonacionalismo muito acentuado, o racismo e a xenofobia explícitos e sua dureza contra a imigração, sobretudo na Europa.

Na América Latina, expressa-se mais através do racismo interno contra os povos originários. Em muitas delas, encontramos traços antiliberais, que se evidenciam em traços autoritários. Hoje, utilizam as ferramentas e as liberdades fornecidas pelos sistemas democráticos para chegar às instituições e miná-las por dentro.

Além disso, são verdadeiras máquinas de agitação que, através das guerras culturais, conseguem criar suas próprias bases políticas. Estas, mesmo quando são minoritárias, estão altamente mobilizadas e fazem muito barulho. As questões de gênero são muito úteis para lançar estas campanhas.

Podemos dizer que a sua política sexual é ultraconservadora, embora tenham que modulá-la muito, de acordo com as regiões e contextos. Talvez seja o caso de acrescentar outro traço acerca da idealização do passado e a sua projeção interessada no presente para legitimar as suas propostas em tempos de futuros colapsados.

Do que falamos quando se abordam as guerras de gênero? Temos razão quando dizemos que o avanço dos feminismos fez as extremas-direitas reagirem?

As guerras de gênero fazem referência aos conflitos políticos e culturais focados em questões de gênero e sexualidade, com temas como os direitos das mulheres e as dissidências sexuais, o aborto, a educação sexual e a violência de gênero, entre outros. Estas batalhas são funcionais à luta pelo poder político, não são meras cortinas de fumaça.

São muito úteis para alcançar ou sustentar governos, gerar coalizões – entre religião e política ou entre diferentes religiões – e articular movimentos sociais de caráter reacionário. Pelas formas como são produzidas: catalisando emoções através de pânicos morais, polarizando o espectro político e por meio de fake news e teorias da conspiração, geram forte mobilização e adesão aos seus projetos.

As guerras de gênero funcionam como ferramenta de agitação porque através destas questões traduzem medos e mal-estares muito diferentes – também econômicos – em termos culturais. Se você não consegue chegar ao fim do mês, é levado a considerar que as leis de gênero “discriminam os homens”, em um mecanismo parecido a: “os imigrantes tiram o seu trabalho”.

Como as direitas midiáticas atuam em relação aos direitos das mulheres e da comunidade LGTBIQ? Que exemplo poderíamos citar? Quais são suas consequências materiais?

Os meios de comunicação social são uma tribuna imprescindível para a promoção das guerras de gênero, sobretudo as redes sociais e os aplicativos de mensagens móveis. Os agentes antidireitos possuem os seus próprios meios de comunicação e suas alianças com conglomerados midiáticos que, ao defenderem um projeto ultraconservador, estão defendendo suas posições sociais, seu poder e suas propriedades. Além disso, os temas que polarizam ou geram indignação são os melhores para se obter audiência.

O mesmo acontece na internet, na qual os algoritmos das redes sociais são desenhados justamente para multiplicar as propostas mais extremas, quanto mais radicais melhor, porque produzem indignação, provocam mais reações do público, ou seja, mais interações, que é o que as plataformas monetizam. Contudo, nos lugares onde os meios de comunicação mais importantes não os acompanham, confiam na comunicação direta que as redes sociais e os aplicativos de mensagens móveis permitem.

Hoje, não há política sem meios de comunicação, embora nunca atuem sozinhos, mas se juntam a outros agentes. Um exemplo pode ser a Polônia, onde em 2019 foi lançada uma campanha para promover uma iniciativa legislativa popular contra o já escasso direito ao aborto. Embora a proposta de lei não tenha sido aprovada, uma vez criado o cenário e a agitação midiática, o Tribunal Constitucional – de maioria ultraconservadora – declarou inconstitucional a única circunstância em que era legal: em casos de malformação fetal.

Por que a direita está avançando mundialmente?

Hoje, a ascensão das extremas-direitas está relacionada com o fato de uma parte das elites enxergar nelas a possibilidade de gerir o descontentamento da população, em um capitalismo global em crise. Ao mesmo tempo em que estão dispostas a impor um controle mais coercivo, suas formas e discursos se conectam bem com esses segmentos da população que têm sido progressivamente relegados ou têm medo de ruir - no caso das classes médias - e que formam as suas bases.

Por sua parte, as esquerdas no governo enfrentam o fato de seu campo de atuação na globalização – a possibilidade de redistribuir – ser cada vez mais reduzido, de modo que decepcionam a seus eleitores e afastam os que deveriam ser as suas bases. Na Europa, os pobres não votam. Estes são alguns dos fatores, mas, sem dúvida, há mais.

Por que as novas direitas reforçam a família tradicional?

Com a defesa da família “tradicional”, os conservadores se opuseram à revolução sexual e de costumes que envolveram as revoltas feministas e das dissidências sexuais, nas lutas dos anos 1970. Esta defesa também esteve relacionada à ascensão do neoliberalismo, como explica Melinda Cooper, em seu livro Los valores de la familia.

Não se consegue desmantelar o estado de bem-estar sem uma estrutura que sustente as pessoas ou se encarregue dessas tarefas de reprodução social que o estado deixa de prover. O papel das mulheres é fundamental nisto. Ou seja, há uma questão material muito clara: menos impostos, menos bem-estar, é igual a mais família, forçada.

Além disso, a família é a forma como a riqueza privada se reproduz ao longo do tempo, por meio da herança, e desempenha um papel fundamental no capitalismo. A família reproduz pessoas, mas também as enquadra em determinadas relações de classe.

Hoje a “defesa da família natural” constitui um elemento aglutinador das extremas-direitas a nível mundial. Serve tanto para se opor às dissidências sexuais – para eles a família é sempre heterossexual –, quanto para confrontar a emancipação feminina, de maneira explícita ou não.

Defender a família neste marco supõe defender uma ordem de gênero conservadora, com papéis diferenciados para cada um de seus membros, que reafirma a autoridade e a divisão sexual do trabalho, e onde se atribui à mulher o dever de reproduzir a nação: ter filhos brancos para o Estado.

Por que seus ataques e discursos violentos funcionam, atualmente? Quais são as suas consequências?

Como disse, os campos do gênero, da família e das políticas sexuais estão muito carregados de medos e afetos. Exemplos disto são as campanhas sobre a infância ameaçada pela educação sexual, a percepção de que as pessoas trans desafiam o biológico – algo que um setor do feminismo também compartilha – e as próprias contribuições da teoria feminista, quando afirma que o gênero não é natural, mas uma construção social.

Tudo isso contribui para desestabilizar ainda mais o solo de uma sociedade que perdeu os valores transcendentes como eixo que estruturava os comportamentos. Isto provoca respostas viscerais – do tipo: “o feminismo ou os direitos LGTBI foram longe demais”, ou “as pessoas trans não existem”, etc. –, que são reações muito fáceis de instrumentalizar.

Em momentos de profunda transição histórica acerca do papel social das mulheres, não deveríamos subestimar a ansiedade gerada por tais processos. Além disso, a sexualidade tem a capacidade de condensar medos pessoais e sociais de todos os tipos. Por exemplo, na Europa, as extremas-direitas tentam reforçar o seu autoritarismo a partir de um reforço securitário e penal, para os quais constrói a sensação de insegurança com campanhas contra os migrantes como “agressores sexuais”.

Judith Butler descreveu a obsessão da direita com o gênero como uma forma de substituir, condensar e resumir as ansiedades vitais. Esses sentimentos de insegurança – cada vez mais materiais – são reinterpretados como produzidos por uma crise dos valores tradicionais e da família por culpa do que chamam de “ideologia de gênero”. Assim, o reforço da família tradicional heterossexual e a fixação dos papéis de gênero se tornam importantes suportes identitários, não só sociais e culturais, mas também políticos.

A extrema-direita está capitalizando a rebelião que sempre foi da esquerda?

Em muitos lugares, o feminismo e as lutas LGTBIQ adquiriram certo carácter de hegemonia ou, inclusive, institucionalizaram-se. (Em outros, isto não aconteceu exatamente assim, mas as extremas-direitas também o enunciam, assimilando estes movimentos aos interesses das “elites globais”. É o que Pablo Stefanoni explica bem em seu livro.) O perigo deste marco é que se o feminismo é identificado com o poder institucional, em tempos de crescente descontentamento político, isto pode aumentar a reação antifeminista. Na Espanha, por exemplo, para muitos jovens, apoiar o Vox é visto como uma posição “rebelde”.

Por outro lado, em alguns lugares, também assistimos a uma guinada conservadora de parte da esquerda que se tornou muito moralista em sua defesa do politicamente correto e que com a sua reação contribui para promover as guerras culturais das direitas. Digamos que a partir de uma política emancipadora, temos o desafio de ignorar algumas guerras culturais e redirecioná-las para os nossos objetivos prioritários. Devemos afirmar que as nossas lutas, também a feminista, não são por questões morais, mas, ao contrário, implicam outro projeto de sociedade oposto ao das extremas-direitas, que busca a redistribuição do poder e da riqueza, a justiça social para todos e todas.

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