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“Existem povos animais, outras espécies no mundo, não apenas a humana”. Entrevista com Juliana Fausto

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26 Março 2024

A formação da cidade é descrita, nas palavras de Juliana Fausto, em relação aos lugares que os animais ocupam. Contudo, para que a tarefa tenha uma envergadura política, a filósofa brasileira faz um deslocamento e atribui a esses animais categorias que costumam ser aplicadas aos humanos. Fala em desaparecimento forçado, outsiders, andarilhos e confinados. Ainda que não se trata de se apressar e cometer o erro de presumir que os humaniza.

O propósito que se expressa no livro A cosmopolítica dos animais (N-1 Edições) envolve um debate com a racionalidade iluminista que se encarregou de separar o humano do animal para pensar uma noção mais ampla de pessoa, na qual os animais são capturados pela política para ser levados a um estado de exceção.

Juliana Fausto é escritora e filósofa. Graduada em Filosofia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, fez mestrado em Letras e doutorado em Filosofia, ambos na PUC-Rio. Em visita a Buenos Aires – convidada pela editora Cactus –, nesta entrevista ela expõe os elementos de uma sociologia selvagem.

Entrevista com Alejandra Varela, publicada pela Clarín-Revista Ñ, 25-03-2024. A tradução é do Cepat.

Eis a entrevista.

Em nossas sociedades, embora os animais recebam uma categoria inferior à dos humanos, há instâncias em que funcionam como substitutos do humano, como acontece nos laboratórios para inventar remédios ou vacinas. Isto não parece gerar contradições para estabelecer alguma mudança acerca da consideração do animal.

Em nossas sociedades há muitas zonas de indistinção nas quais os animais passam por humanos, por exemplo, na biomedicina com os corações de porcos transplantados em humanos. Os porcos não têm qualquer direito, são considerados coisas, mas seus corações valem como os corações humanos e um ser humano pode viver com o coração de um porco e não é um humano-porco, mas essas coisas nem sequer são pensadas.

Todos os outros viventes são tratados como meras coisas para que nós, humanos, vivamos alguns anos a mais ou para que encontremos uma cura. Quantos ratos precisam morrer para que encontremos a cura para uma doença? Por isso, gosto do texto de Donna Haraway sobre A paixão do Oncorato, porque mostra um rato de laboratório com uma coroa como a de Cristo e com seios, pois é o animal sacrificado todos os dias para ajudar as mulheres que têm câncer de mama.

Esses ratos são viventes com consciência, que fazem mundo, que sabem o que acontece com eles. Há um trabalho de Beatriz da Costa, uma artista alemã, chamado Dying for the Other (2011). Ela morreu de câncer e enquanto estava sob tratamento médico, adotou os ratos que seriam sacrificados para cuidar deles, pois sabia que desenvolveriam câncer devido às mudanças genéticas que sofrem durante os experimentos.

Parece-me que existe uma base racional que desacredita a questão de saber se vale a pena sacrificar animais para encontrar uma cura.

Considero que devemos pensar se vale a pena sustentar essa estrutura de morte para que ganhemos um ou dois anos de vida. Concordo que existe uma leitura racional porque te dizem: ‘Sim, é necessário porque as pessoas sofrem’. Ninguém está dizendo o contrário, mas existem povos animais, outras espécies no mundo, não apenas a humana e agora que estamos vivendo uma catástrofe socioambiental, somos obrigados a pensar no que comemos.

Sempre foi dito que comer é uma questão política, mas no Brasil a questão dos agrotóxicos é desoladora. É o segundo país que mais consome agrotóxicos, como se cada brasileiro tomasse 5 litros de agrotóxicos por ano. Agora que existem provas suficientes para considerá-los cancerígenos, as corporações estão sendo negacionistas. Outro problema é a seca: as queimadas na Amazônia acontecem para que haja pasto para o gado. Há mais gado do que pessoas no Brasil.

Você questiona Agamben no que diz respeito a seu conceito de vida nua (“…uma vida que qualquer um pode matar impunemente e, ao mesmo tempo, não poder ser sacrificada de acordo com os ritos estabelecidos”) e sua impossibilidade de incluir os animais na política. Se para Agamben a principal tarefa política é separar o humano de sua animalidade, não estaria aí envolvendo o animal na política?

O que justamente não gosto em Agamben é essa separação entre o homem e o animal. Há uma conferência que ele proferiu na European Graduate School que se chama Animal, homem e linguagem, em 2011, na qual diz que é óbvio que os animais usam uma linguagem.

Rita Paixão, que é veterinária e filósofa, diz que há animais que vivem na cidade sem serem animais de estimação, mas também não são silvestres, como as pombas, os ratos e as baratas que participam do festim humano sem terem sido convidados. Escrevi um artigo sobre as pombas e durante minha pesquisa uma amiga me disse que eram aves em situação de rua. Podemos dizer que aí aparece a vida nua.

Quando Deleuze e Guattari leem Kafka, negam-se a ver essas mutações do humano para o animal e do animal para humano, do ponto de vista simbólico. Kafka não estaria desmontando toda a instrumentalidade humana com o aparecimento dos personagens animais?

O que gostei quando li pela primeira vez Kafka: Por uma literatura menor (1975), de Deleuze e Guattari, está em quando refletem que não há metáforas, apenas metamorfoses e falam, então, de uma política Kafka. Não fazem uma crítica literária. Em geral, as pessoas leem Kafka e veem uma metáfora para a sua condição judaica. Interessa-me a ideia de povo menor que Deleuze e Guattari expõem.

Quando eu estava estudando para este livro, reli Um relatório para a Academia (1917) e nele há um dado que eu havia ignorado nas leituras anteriores. O texto menciona que Rotpeter (o personagem narrador do conto que assume a forma humana, mas que deve dar testemunho de sua vida anterior como símio) é capturado e transportado para a América em uma expedição de caça da empresa Hagenbeck. Li muito a respeito de Hagenbeck, é um homem que teve um circo e um zoológico, um traficante de animais, uma figura importantíssima na colonização da América porque também exibia humanos e Kafka não é ingênuo, esse é um dado concreto. O que Kafka escreveu não era um caso peculiar, nem fictício. Kafka estava apontando a humanidade chimpanzé.

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