14 Março 2024
A região registou uma ligeira melhoria na sua classificação, mas continua abaixo do nível que tinha antes da pandemia de Covid-19, informou esta quarta-feira as Nações Unidas.
A reportagem é de Isabela Cota, publicado por El País, 13-03-2024.
Os países que compõem a região da América Latina e Caribe obtiveram pontuação de 0,763 no mais recente Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). qualidade de vida.
“Não somos muito resilientes", disse Michelle Muschett, diretora para a América Latina e Caraíbas do PNUD, numa conferência de imprensa, referindo-se à região. "A nossa capacidade de recuperar do choque que sofremos em termos de desenvolvimento humano não é resiliente. o suficiente para recuperar aquele lugar onde estávamos em 2019”, acrescentou. O Índice, que mede o desempenho médio em três dimensões: uma vida longa e saudável, conhecimento e um padrão de vida digno, classifica 1 como o desenvolvimento máximo e 0 como o mínimo. Entre as cinco regiões em que o PNUD divide o mundo, a América Latina ocupa o terceiro lugar.
Novas incertezas estão a perturbar vidas em todo o mundo e a prejudicar o desenvolvimento humano, afirma o relatório. Globalmente, o Índice caiu pela primeira vez na história, tanto em 2020 como em 2021. Desde então, recuperou para atingir um máximo recorde esperado em 2023, mas permanece abaixo da tendência. Além disso, “o número global mascara uma divergência perturbadora entre países: prevê-se que todos os países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) tenham recuperado, mas apenas cerca de metade dos países menos desenvolvidos o terão feito”.
Por trás das médias escondem-se as diferenças entre um país e outro. No total, 12 países latino-americanos conseguiram recuperar o nível de desenvolvimento anterior à pandemia, alguns deles excedendo os níveis pré-pandemia. O México, por exemplo, aumentou sua pontuação de 0,758 para 0,781 e subiu do 86º para o 77º lugar. O Chile, o país mais desenvolvido da região, melhorou sua pontuação para chegar a 0,860 e ficou em 44º lugar no mundo.
Mas 21 países da região ainda não conseguiram recuperar o nível de desenvolvimento que tinham antes da covid-19, informou o PNUD. Isto tem a ver com um fenómeno global, explicou Pedro Conceição, diretor do gabinete do Relatório de Desenvolvimento Humano do PNUD. Dois terços da população mundial sentem que a sua voz não é ouvida, enquanto a percentagem da população que afirma que a democracia é a forma preferida de governo caiu de 60% em 2000 para 48% em 2023.
“Quando surge a polarização, perde-se a base factual comum para a realização do debate, do debate político e do debate intelectual”, disse Conceição, “No contexto internacional, o que parece acontecer é que a cooperação se polariza e fica sujeita também a esta polarização." As políticas públicas não avançam, o que impacta na qualidade de vida das pessoas.
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América Latina estagna no índice de desenvolvimento humano abaixo do nível pré-pandemia - Instituto Humanitas Unisinos - IHU