A Nova Ordem Nuclear. Horrores e possibilidades de uma destruição em massa

IHU promove evento sobre o tema hoje, a partir das 17h30min

Foto: Pexels

Por: João Vitor Santos | 07 Dezembro 2023

Diante de um cenário cada vez mais sombrio de guerras, o mundo fica em suspenso com o medo de uma guerra ainda mais perversa, com o uso de armas nucleares. Segundo o médico costa-riquenho Carlos Umaña, uma das grandes referências do movimento pelo desarmamento nuclear, vivemos tempos de maior risco de que isto ocorra. “Estamos no momento de maior risco, na história, de uma guerra nuclear em grande escala, conforme ponderou o grupo de especialistas do Boletim dos Cientistas Atômicos, em seu Relógio do Apocalipse”, observa, em entrevista publicada pelo IHU.

No entanto, se engana quem pensa que são apenas as atuais guerras que podem nos trazer para dentro de uma explosão nuclear global. Umaña ainda elenca, pelo menos, mais três fatores. O primeiro, evidentemente tem relação com as guerras. É o que ele chama de “instabilidade” causada pelas “declarações e ameaças imprudentes feitas por líderes dos países com armas nucleares”. Afinal, não nos esqueçamos que Rússia e Israel, dois atores de dois confrontos que temos vivido, têm armas nucleares. “O segundo é a crise climática, que gera instabilidade, competição por recursos e, portanto, conflitos nacionais e internacionais”, acrescenta. Já o terceiro é a possibilidade de disparos acidentais de armamento nuclear. Para se ter ideia, somente nos EUA foram registrados mais de mil.

De olho na COP28, podemos ver como potências nucleares globais parecem estar realmente dispostas a colocar em operação de forma intensa seus reatores para acelerar a descarbonização. Reportagem publicada recentemente pelo IHU indica que EUA, França e mais 20 países querem triplicar energia nuclear até 2050 para cumprir metas de descarbonização. Ou seja, por um caminho que tem um verniz de positivo, podemos insuflar ainda mais os riscos de vivermos uma nova Chernobyl.

 

É diante de cenário de muitas dúvidas e incertezas que o IHU quer pôr o tema em debate na palestra intitulada “A Nova Ordem Nuclear. Horrores e possibilidades da destruição em massa”. A atividade, que tem como painelista o professor Carlo Patti, da Universidade Federal de Goiás – UFG, será no formato online, a partir das 17h30, com transmissão pelos canais dos IHU.

 

Saiba mais sobre Carlo Patti

É professor adjunto do curso de Relações Internacionais da Faculdade de Ciências Sociais da UFG e coordenador do PPG em Ciência Política e Relações Internacionais (2021-2023). É docente permanente do PPGCPRI, do PPGH e do programa de doutorado em História, Bens Culturais e Estudos Internacionais, da Universidade de Cagliari.

 (Foto: UFG)

Doutor em História das Relações Internacionais pela Universidade de Florença, Patti é pesquisador do Nuclear Proliferation International History Project e coordenador da área temática de História das Relações Internacionais da Associação Brasileira de Relações Internacionais.

Suas pesquisas enfocam a política externa brasileira, a história das relações internacionais e a segurança internacional. Carlo Patti é autor de O programa nuclear brasileiro: uma história oral (CPDOC-FGV, 2014) e Brazil in the Global Nuclear Order, 1945-2018 (Johns Hopkins University Press, 2021). Publicou em revistas acadêmicas como Revista Brasileira de Política Internacional, Intenational History Review, Cold War History, Journal of Cold War Studies, Rivista italiana di storia Internazionale, Intelligere, Il Politico, Limes, Meridiano 47 e Il Mulino.

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