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27 Novembro 2023

Em nome do “amor”, pode-se chegar a suprimir a liberdade da mulher. Na violência dos homens contra as mulheres, sempre há uma intenção fantasmagoricamente pedagógica: disciplinar, regular, purificar sua pecaminosidade natural e irresponsável.

A opinião é de Massimo Recalcati, psicanalista italiano e professor das universidades de Pávia e Verona, em artigo publicado por La Repubblica, 24-11-2023. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Eis o artigo.

Sabemos bem quem são os homens que odeiam, maltratam e matam as mulheres. São os homens que rejeitam a liberdade feminina.

Essa é a essência mais pura do machismo como filho natural da ideologia do patriarcado. Seu pressuposto é a ideia de que a mulher é afligida por uma minoria ontológica, moral e cognitiva que não lhe permite ser nada mais do que um objeto passivo nas mãos do homem.

Por isso, quando a subjetividade feminina faz sua aparição (por meio da decisão de interromper um vínculo amoroso ou de seguir uma carreira profissional independente [...]), pode provocar reações muito violentas. Na fantasia chauvinista, de fato, a mulher não pode expressar uma subjetividade livre, porque é concebida como mera propriedade do homem.

Mas a violência que encontra seu ápice no feminicídio surge sempre de uma cultura feita de humilhações e de ofensas cotidianas, de mortificação e de negação da liberdade da mulher. Pode acontecer não apenas como exercício de um poder sádico, mas também em nome do amor.

Esse é outro paradoxo que deveria ser mostrado em toda a sua crueldade: em nome do “amor”, pode-se chegar a suprimir a liberdade da mulher. Na violência dos homens contra as mulheres, sempre há uma intenção fantasmagoricamente pedagógica: disciplinar, regular, purificar sua pecaminosidade natural e irresponsável. É o delírio moralista que encontramos frequentemente no coração dos homens que maltratam as mulheres: curvar a mulher com a força e a chantagem, torná-la serviçal como toda mulher deveria ser, de acordo com a cultura do patriarcado. Não por acaso, na longa história do Ocidente, a mulher que reivindicava sua liberdade era identificada com a bruxa.

Assista-se novamente a “Comícios de amor”, de Pasolini, para captar como a liberdade feminina é vivida pelos homens, em uma cultura que ainda não tinha conhecido os movimentos de libertação feministas e a ruptura benéfica de 1968, como uma ameaça a seu postiço prestígio fálico.

Na “Recherche” de Proust, Albertine, que encarna a essência do feminino, é descrita como um ser perenemente em fuga, inapropriável, inalcançável, impossível de capturar, a ponto de desconcertar o protagonista até levá-lo a empreender o projeto ciumento de seu aprisionamento. Quanto mais o homem se encontra com o caráter indomável da liberdade da mulher, mais é incentivado a reprimi-la brutalmente.

No entanto, nunca é possível se apoderar dessa liberdade. É a constatação desesperada que leva diversos perpetradores de feminicídios a atacarem os cadáveres de suas vítimas, para tentarem aferrar in extremis a dimensão, na verdade inaferrável, da liberdade delas. O impulso à apropriação, ao controle e ao sequestro da liberdade da mulher pelos homens gostaria de evitar o risco da perda. Estão em jogo aqui os destinos da dor ligada à experiência de separação que muitas vezes encontramos [...] na base da passagem para o ato feminicida.

Diante do fim de uma relação amorosa, existem dois caminhos: o primeiro é o da dor do luto, do trauma da perda, do fracasso e da solidão. O homem abandonado ou traído se depara com uma ferida narcísica que deve reconhecer e elaborar. O segundo caminho é o da violência que rejeita o trabalho do luto para reafirmar um direito de propriedade e, consequentemente, a existência de um vínculo que exclui a separação por princípio. Esse é o nexo profundo que une narcisismo e depressão: “Não suporto não ser mais tudo para você, então eu lhe mato, porque, na realidade, não posso reconhecer que não sou nada sem você”.

Essa dependência absoluta, de natureza simbiótica, alimenta fantasmas de ciúme extremos, em que o impulso a uma possessividade que gostaria de suprimir a liberdade da parceira se une à sensação de um profundo vazio interior. Isto é, está em jogo um tipo de vínculo que não diz respeito ao amor entre dois adultos, mas a uma dependência anaclítica primária que não pode deixar de evocar o vínculo originário com a mãe. [...]

Não é difícil levantar a hipótese de um luto dos vínculos primários que nunca ocorreu. É um ensinamento que devemos ter sempre em mente: a violência é uma alternativa à experiência dolorosa do luto. Vale tanto para os indivíduos quanto para os processos coletivos: a violência é posta no lugar de um luto impossível. [...] Em diversos casos de feminicídio, a vítima é transfigurada em um prolongamento fantasmagórico da mãe, sem cuja presença a vida do sujeito está destinada a afundar no nada.

É o outro lado do patriarcado: não o do aiatolá que persegue sexofobicamente a mulher como a encarnação do pecado, mas o do filho encasulado em vínculos primários sem ser capaz de viver seu luto e que [...], para adormecer, deve manter regressivamente a seu lado um ursinho de pelúcia para não sentir que está caindo em um abismo diante de uma separação que não é capaz de subjetivar.

Eis uma figura geral do nosso tempo: o cuidado prolongado dos filhos gostaria de evitar o trauma benéfico da separação. A carência simbólica da lei paterna, que deveria favorecer a separação dos vínculos primários, mistura-se aqui com a tendência a tornar interminável a dependência desses vínculos.

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