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Quantos cabem em nosso planeta? Artigo de Frei Betto

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06 Novembro 2023

"Os parâmetros de progresso dos países metropolitanos são internacionalmente insustentáveis. No entanto, sua força hegemônica colonizadora impõe ao planeta um modelo de desenvolvimento altamente excludente e predador. Que família não gostaria de ter um veículo automotor e telefones celulares? Como convencer as pessoas a adotarem o modelo indígena andino do Bem Viver (oposto ao viver bem), em sintonia com a preservação do meio ambiente e reduzido nível de consumo supérfluo?"

O artigo é de Frei Betto, escritor, autor de “A obra do Artista – uma visão holística do Universo” (José Olympio), entre outros livros.

Eis o artigo.

Na penúltima semana de setembro de 2022, o planeta Terra chegou a 8 bilhões de habitantes. Uma pergunta ficou no ar: quantas pessoas o nosso planeta suporta?

A presença humana já se estendeu a todo o espaço terrestre. Não há áreas “vazias”. Nossas impressões digitais já se encontram em toda parte. Em 2018, mergulhadores acharam um saco plástico 10,8 mil metros abaixo da superfície do mar, no fundo da Fossa das Marianas, no Oceano Pacífico, próximo a Filipinas. E lixo já foi encontrado nos cumes mais remotos do Monte Evereste.

A ciência declarou que nossos recursos naturais estão no limite. De tal maneira extorquimos a natureza – pois em tudo dependemos dela – que agora sofremos os efeitos dos desequilíbrios socioambientais: aquecimento solar, secas prolongadas, enchentes, alagamentos, ciclones e furacões mais frequentes etc. Nossa Casa Comum, como diz o papa Francisco, começa a desabar. Por isso, bilionários como Jeff Bezos investem fortunas para colonizar o espaço, prevendo que 1 trilhão de humanos poderão habitar os planetas do Sistema Solar...

Em 1994, pesquisadores da Universidade de Stanford, nos EUA, calcularam que, consideradas as condições da Terra, a população ideal deveria ficar entre 1,5 e 2 bilhões de pessoas. Ou seja, menos 6 bilhões.

Desde que o mundo é mundo o superpovoamento do nosso planeta traz preocupação. As plaquetas de argila encontradas no Iraque em fins da década de 1980, nas ruínas de Sippar, conhecidas como "Atra-Hasis", e que datam do século XVIII a.C., já se referem à superpopulação. Por isso, os deuses, periodicamente, provocam fome, secas e inundações, para regular a densidade demográfica. O relato mítico do Dilúvio Universal, contido no texto bíblico do “Gênesis”, nada mais é do que uma nova versão de mitos mais antigos.

No poema épico “Atra-Hasis”, Enki previne o herói Atra-Hasis de que Enlil pretende erradicar a humanidade pela inundação. Aconselha-o a transformar o material utilizado para erguer a sua casa em um barco. Atra-Hasis constrói o barco no qual aloja a família e seus animais. A borrasca desaba com tanta força que até os deuses ficam com medo. Após sete dias, o dilúvio cessa e o herói agradece aos deuses. Na época em que o poema foi escrito, a população global não ultrapassava 50 milhões.

Platão, quatro séculos antes de nossa era, também se preocupava com o tema. A prosperidade fez a população de Atenas duplicar, o que provocou seu lamento: "O que resta agora é como o esqueleto de um corpo devastado pela doença; o solo rico foi levado; resta apenas a estrutura nua do local." O filósofo advogou o estrito controle da natalidade pelo Estado e sugeriu que a cidade ideal não deveria ultrapassar 5 mil habitantes.

Em “A República”, Platão descreve duas cidades imaginárias, uma saudável e outra, “luxuosa e febril”, devido ao consumismo exagerado de cidadãos que “ultrapassam o limite de suas necessidades”. E isso por volta de 375 a.C.! Sem condições de saciar tanta voracidade e por necessitar de recursos extras, a população decide se apropriar das terras vizinhas, o que resulta na guerra. Situação que hoje – 24 séculos depois – se reprisa sobejamente.

Platão levantou uma questão pertinente ainda na atualidade: o problema reside no excesso de pessoas ou de consumo?

O teólogo Tertuliano, que viveu em Cartago na virada dos séculos II e III, acreditava que no ano 200 – quando a população mundial estaria, presumivelmente, em torno de 200 milhões (pouco menos que a do Brasil atual) – pois ignoravam os milhões de indígenas na Ameríndia –, o mundo inteiro já havia sido explorado e o planeta não suportaria mais gente. “A natureza não pode mais nos sustentar”, escreveu o teólogo que mereceria, como Leonardo Boff, o título de ecoteólogo.

Em 1798, Thomas Malthus, pastor anglicano que dominava conhecimentos científicos, publicou “Um ensaio sobre o princípio da população”. Na época, o mundo contava com 800 milhões de pessoas, 10% da população atual. Frisou que todos gostam de comer e fazer sexo. E previu que, com o aumento da população, que cresceria em proporção geométrica, faltariam alimentos, que cresceriam em proporção aritmética, para tanta gente.

Hoje, sabemos que ele se equivocou. O planeta produz alimentos para 11 bilhões de bocas. Portanto, 3 bilhões a mais do que o necessário. Não faltam alimentos e sim justiça. “Partilhar os bens da Terra e os frutos do trabalho humano”, como reza a liturgia católica.

A partir do século XIX, a eugenia, disfarçada de controle populacional, foi progressivamente introduzida em vários países. Nos EUA, na década de 1970, grupos étnicos minoritários sofreram esterilizações forçadas. Em 1980, a China adotou a lei do filho único para cada casal. Quando lá estive, em 1988, um dirigente do Partido Comunista confessou que havia milhões de chineses inominados, ou seja, sem registro oficial, sobretudo na zona rural, cujas famílias necessitavam de braços para a lavoura.

Se conter o aumento da população foi uma preocupação nos séculos anteriores, no século XXI alguns países adotam medidas para incentivar a natalidade. No Reino Unido, já se pensou em instituir um imposto para as famílias sem filhos. Em 2019, a média era de 1,65 crianças nascidas por cada mulher. Índice abaixo do esperado. O número de nascimentos necessários para manter o mesmo tamanho populacional é de 2,07, embora a população ainda cresça devido aos imigrantes que chegam.

Há uma explosão demográfica? Prevê-se que entre 2070 e 2080 a população mundial será de 9 a 10 bilhões de pessoas.

O naturalista britânico Sir David Attenborough acredita que "todos os nossos problemas ambientais se tornam mais fáceis de resolver com menos pessoas, e mais difíceis — em última análise, impossíveis — de solucionar com cada vez mais pessoas", disse em entrevista, em 2013.

O movimento antinatalista, que advoga o BirthStrike (greve de gestação) até que a emergência climática e a crise da extinção de espécies sejam resolvidas, foi motivado por uma pesquisa de 2017. A conclusão foi que botar um filho a menos no mundo desenvolvido poderia reduzir as emissões anuais de carbono de uma pessoa em 58,6 toneladas — valor 24 vezes superior à economia de não ter um carro. Ora, essa é uma visão elitista. O problema não é o excesso de pessoas, e sim de injustiça, com a concentração crescente de riquezas em mãos de um número sempre menor de superbilionários.

Relatório da Oxfam revelou que 2.153 bilionários do mundo possuem riqueza maior do que aproximadamente 60% da população global. Quer dizer, 4,6 bilhões de pessoas. Durante a pandemia, entre 2020 e 2021, a fortuna de 2.400 bilionários do mundo disparou de 8 trilhões de dólares para 12,4 trilhões, um aumento de 54%, segundo Aimee Picchi (“Billionaires Got 54% Richer during Pandemie, Sparking Calls for ‘Wealth Tax’, CBS News, 31/03/2021). Na opinião de Gabriela Bucher, diretora da Oxfam Internacional, se os 10 homens mais ricos do mundo perdessem, amanhã, 99,999% de sua riqueza, ainda assim continuariam mais ricos do que 99% dos habitantes da Terra.

Apesar dos alarmes dos ambientalistas e das sucessivas Conferências do Clima, há uma demanda crescente por recursos naturais, especialmente entre os países mais ricos. Não é a superpopulação que provoca o desequilíbrio socioambiental, e sim o crescente nível de consumo de produtos supérfluos e a mentirosa demagogia de grandes empresas que, malgrado suas publicidades, agridem a natureza e impedem a sustentabilidade. Alegar que o problema reside no número de pessoas é querer transferir, injustamente, aos países mais pobres a culpa pelos desequilíbrios socioambientais.

Alguns países ricos, como a Alemanha, começam a se preocupar com o decréscimo de sua população nativa, progressivamente superada pelo crescente número de imigrantes. Em 2012, o governo de Singapura criou um recurso incomum para incentivar seus cidadãos a procriarem. Através de um rap, estimulou os jovens casais a terem mais filhos: "Vamos fazer um pequeno humano que se pareça com você e eu. Explorando seu corpo como um safári noturno, eu sou um marido patriota, você é uma esposa patriota. Deixe-me entrar em seu acampamento e fabricar uma vida...", diz um trecho da letra. A música foi lançada em meio a temores sobre a taxa de fertilidade superbaixa de Singapura, que era de apenas 1,1 nascimento por mulher. Trata-se de um exemplo extremo do que tem se tornado realidade em países ricos, onde as pessoas se casam mais tarde e optam por ter menos filhos.

Muitos economistas defendem que quanto maior a população, mais bens ou serviços serão produzidos e consumidos. O crescimento populacional seria o melhor aliado do crescimento econômico.

No entanto, a xenofobia e o racismo criam barreiras à entrada de novos imigrantes em países desenvolvidos, cuja população nativa apresenta baixa natalidade. Embora tanto se fale em “mundo globalizado” – na verdade globocolonizado – e haja cada vez mais interconexões entre os povos (vide a polarização provocada em todo o mundo pelas guerras na Ucrânia e em Israel), o “outro”, o estrangeiro, continua a ser encarado com suspeita, desconfiança e temor, como quem vem usufruir de um banquete para o qual não colaborou. Enquanto não houver mudanças culturais profundas, nossos discursos “humanitários” soarão como meras retóricas demagógicas para tentar encobrir o quão distante estamos de uma verdadeira ética da globalização.

Os parâmetros de progresso dos países metropolitanos são internacionalmente insustentáveis. No entanto, sua força hegemônica colonizadora impõe ao planeta um modelo de desenvolvimento altamente excludente e predador. Que família não gostaria de ter um veículo automotor e telefones celulares? Como convencer as pessoas a adotarem o modelo indígena andino do Bem Viver (oposto ao viver bem), em sintonia com a preservação do meio ambiente e reduzido nível de consumo supérfluo?

Um dos fatores da desaceleração do crescimento demográfico é a educação das mulheres. Quanto mais elas têm acesso à escolaridade e ao mercado de trabalho, a tendência é a redução do número de filhos.

Um estudo de 2014 constatou que, mesmo no caso de uma grande tragédia global, como uma pandemia mortal, uma guerra mundial catastrófica ou uma política draconiana de filho único implementada em todos os países do planeta — nenhuma delas desejável, claro — nossa população deverá chegar a 10 bilhões de pessoas em 2100.

Ainda que em um período de cinco anos, no meio do século, ocorresse um desastre de graves proporções que matasse 2 bilhões de pessoas, a população mundial chegaria a 8,5 bilhões nas próximas oito décadas. Segundo os autores desse estudo, aconteça o que acontecer é provável que o mundo registre um expressivo crescimento populacional até o próximo século.

Encontrar uma forma de viver em sociedade e proteger o meio ambiente pode ser o maior desafio que enfrentamos até agora.

O fato é que a espécie humana é a única em crescimento geométrico. E não temos como aumentar os recursos do planeta. A natureza nos é imprescindível, nos mínimos detalhes, da matéria-prima de nossas roupas aos sofisticados artefatos de viagens interplanetárias. E a recíproca não é verdadeira. A natureza, como ocorreu em mais de 13,6 bilhões de anos, percorreu sua trajetória evolutiva sem a nossa incômoda presença. E erradicou várias espécies da face da Terra, como foi o caso dos dinossauros. Amanhã ela poderá eliminar também a humanidade, recuperar seu equilíbrio e, feliz e pujante, prosseguir seu caminho rumo às estrelas...

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