09 Agosto 2023
"O Secretário Geral disse que os dados confirmaram que julho foi o mês mais quente registrado na história da humanidade. Para ele, as consequências deste momento são terríveis e trágicas e as alterações climáticas chegam a uma velocidade surpreendente, com pesadelos climáticos. Parece que não há mais nada que possamos fazer. Já fizemos tudo – a destruição do planeta, começando com o extermínio de animais", escreve José Rodrigues Filho, professor da Universidade Federal da Paraíba, que foi pesquisador nas universidades de Johns Hopkins e Harvard, e que recentemente lecionou na Universidade McMaster, em artigo publicado por seu blog, agosto de 2023.
Sempre buscamos relaxar ouvindo as músicas da Paz da Natureza e agora, com tristeza, já temos a interpretação do que significa a música do mundo em chamas, assando corpos humanos, não humanos, as plantas e tudo mais, conforme vídeo abaixo.
A semana passada, o Secretário Geral da ONU afirmou que saímos da era do aquecimento e entramos na era da fervura ou ebulição global, vendo pessoas sendo levadas pelas enchentes, famílias fugindo dos incêndios nas florestas do Canadá e trabalhadores desmaiando com o calor escaldante, já se aproximando de assar seres vivos no planeta Terra.
O Secretário Geral disse que os dados confirmaram que julho foi o mês mais quente registrado na história da humanidade. Para ele, as consequências deste momento são terríveis e trágicas e as alterações climáticas chegam a uma velocidade surpreendente, com pesadelos climáticos. Parece que não há mais nada que possamos fazer. Já fizemos tudo – a destruição do planeta, começando com o extermínio de animais.
A devastação de nossa Mãe Terra é tão evidente que muitas áreas de estudos estão tentando entender e interpretar o fim do planeta. Em recente evento no Harvard Radcliffe Institute, Universidade de Harvard, o ex-ativista ambiental e compositor, John Luther Adams, foi convidado para apresentar sua música e expressar sua visão sobre a relação entre a Música e a Natureza.
Em seu profundo e crítico trabalho de pesquisa, John Adams descobriu que tanto a arte quanto a música são tão importantes quanto o ativismo e a política. Para ele, os nossos sistemas políticos tornaram-se cada vez mais disfuncionais e as artes são mais do que a política. Como compositor, ele acredita que “a música tem o poder de inspirar a consciência, a cultura e a política”.
O poder da música também é reconhecido por muitos pesquisadores e organizações, incluindo a Academy of Country Music (ACM). No entanto, o campo de interação entre a música e a sustentabilidade é pouco pesquisado, tornando-se difícil aumentar a conscientização e a participação da sustentabilidade e da música no meio ambiente.
Precisamos de uma discussão crítica sobre o potencial de formação de competências música-sustentabilidade, tendo em vista que as diversas combinações entre arte e sustentabilidade são importantes para a produção de conhecimento, sendo que a arte conecta conhecimento, moral, beleza e a vida cotidiana, como constitutivas de um comportamento sustentável .
Nos estudos de sustentabilidade, especialmente sustentabilidade social, observa-se que Mãe-Terra está exigindo uma mudança de nosso comportamento e o principal impulso para essa mudança é intensificar nossa estima e valorizar mais a Mãe-Terra. Acredito que a música-sustentabilidade pode mudar o comportamento daqueles que estão comprando cada vez mais das grandes corporações poluidoras, tanto em países em desenvolvimento quanto em países desenvolvidos.
Em resumo, é hora de divulgar nos meios de comunicação de massa músicas populares, sertanejas e eruditas relacionadas com Natureza, sendo devastada pelas ações humanas. Recentemente, tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil isto foi feito com a cumplicidade do poder político.
Sabemos que tanto os Estados Unidos quanto a China são responsáveis por 40% da poluição mundial. Esses dois países estão fazendo muito para reduzi-la, produzindo carros elétricos e todo tipo de energia limpa, mas o uso de combustível fóssil, como grande poluidor, continua.
Por fim, a música pode ser usada de forma crítica para entender o que está errado neste mundo em chamas. Enquanto o compositor John Luther Adams mencionou que nossos sistemas políticos são disfuncionais, a icônica cantora americana Dolly Parton, há poucos meses, assumiu uma posição aparentemente política criticando nossos políticos por esta bagunça mundial.
Sem dúvida, “World on Fire” é sobre muitas coisas, incluindo nosso pesadelo climático, a Guerra da Rússia na Ucrânia, ódio e ganância. A música de Dolly é uma reflexão para todos nós. Como ela mesma mencionou: “Acho que fala de tudo e de todos neste dia e hora”. O mundo está assando nossos corpos e “perdemos de vista a decência comum”, em destruí-lo.
No vídeo, “World on Fire”, a nobre cantora senta-se no topo de um mundo em chamas, observando-as e cantando:
Mentiroso, mentiroso, o mundo está pegando fogo
(Liar, liar the world's on fire)
O que você vai fazer quando tudo queimar?
(Whatcha gonna do when it all burns down?)
Agora, como vamos viver em um mundo como este
(Now how are we to live in a world like this)
Políticos gananciosos, presentes e passados
(Greedy politicians, present and past)
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Da paz da natureza à música do mundo em chamas assando corpos. Artigo de José Rodrigues Filho - Instituto Humanitas Unisinos - IHU