17 Julho 2023
‘Uma vez que o bolsonarismo passa a uma espécie de quase seita religiosa, a derrota eleitoral deixa de ser aceitável. Pior: se é assim, então aquele que discorda de você não é um adversário político com o qual deva dialogar. É um ímpio, é alguém que tem que ser eliminado. A violência que era simbólica se torna física. Houve vários casos no Brasil, como o assassinato do Marcelo Arruda em Foz do Iguaçu e outros episódios. A minha hipótese então é que o bolsonarismo se tornou terrorismo doméstico que se manifesta de formas diversas” - João Cézar de Castro Rocha, professor de literatura comparada da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), autor do livro "Bolsonarismo - da guerra cultural ao terrorismo doméstico" (Autêntica) – portal Uol, 16-07-2023.
“O bolsonarismo no Brasil hoje não pode mais ser compreendido apenas como guerra cultural. É preciso entender que com a pandemia o ethos religioso passou a ser dominante, a guerra cultural foi de disputa narrativa para forma de vida. Quando isso acontece, entramos na esfera da seita. Sendo assim, não há possibilidade alguma para a política” - João Cézar de Castro Rocha, professor de literatura comparada da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), autor do livro "Bolsonarismo - da guerra cultural ao terrorismo doméstico" (Autêntica) – portal Uol, 16-07-2023.
“A dissonância cognitiva coletiva produzida deliberadamente pelo bolsonarismo por meio das redes sociais gera a retórica do ódio. Isso impede ver no outro uma subjetividade autônoma, veem no outro apenas o inimigo a ser eliminado” - João Cézar de Castro Rocha, professor de literatura comparada da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), autor do livro "Bolsonarismo - da guerra cultural ao terrorismo doméstico" (Autêntica) – portal Uol, 16-07-2023.
“O 8 de janeiro não acabou, o ataque a Moraes mostra isso” - João Cézar de Castro Rocha, professor de literatura comparada da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), autor do livro "Bolsonarismo - da guerra cultural ao terrorismo doméstico" (Autêntica) – portal Uol, 16-07-2023.
“Aquilo que os analistas políticos têm chamado de "bolsonarismo" não é mero condensado de clichês da extrema direita, mas basicamente uma rede de sinergia onde corpos vulneráveis aglutinam-se por ressentimento, em busca de "outro lado" da política e do social. Na prática, uma coxia de desconchavos que podem variar da fantasia senil de uma senadora de transformar a Ilha de Marajó num principado até a comparação estapafúrdia de professores a traficantes feita por um deputado. Ao olhar sensível, um campo vibratório de fatos negativos” – Muniz Sodré, sociólogo, professor emérito da UFRJ – Folha de S. Paulo, 16-07-2023.
“O campo negativista do bolsonarismo sobrevive como uma comunidade "noturna", abrigada na obscuridade dos porões, internos e externos, onde não é preciso abrir os olhos nem a consciência. Basta deixar solto o psiquismo troncho à espera do impulso vibratório” – Muniz Sodré, sociólogo, professor emérito da UFRJ – Folha de S. Paulo, 16-07-2023.
“Inelegível, Bolsonaro caminha para o ocaso, mas aquilo que se chama de bolsonarismo precisa dos erros de seus adversários para crescer. Ajudado, vai longe. Andando com as próprias pernas, briga com as vacinas durante uma pandemia, demora para reconhecer o resultado de uma eleição presidencial americana e arruma um chanceler que se orgulha de colocar o país na condição de pária” – Elio Gaspari, jornalista – Folha de S. Paulo, 16-07-2023.
“A boa notícia, se há alguma, é que hoje até o prefeito paulistano bolsonarista se vê constrangido a dispensar um auxiliar que desdenha da crise do clima. Deve ser porque mais e mais eleitores estão despertando para o óbvio —as mudanças climáticas chegaram. Acordaram, enfim. Tarde demais” – Marcelo Leite, jornalista – Folha de S. Paulo, 16-07-2023.
“O que vimos em 2022 foi a identidade política (lulismo x bolsonarismo) como pilar de organização societária, o que já afeta as eleições municipais do ano que vem. A partir de 2022, a política eleitoral passou a ser organizada sob a uma perigosa, mas inescapável, lógica religiosa. As igrejas do lulismo e do bolsonarismo foram fundadas com dogmas, livros sagrados, crenças e uma organização estrutural de mensagem. É claro que essas "igrejas" têm diferenças claras de atuação” - Chico Zaidan Mendez, publicitário, coordenou dezenas de campanhas eleitorais no Brasil e na América Latina. Sócio da CZM Narrativa e Estratégia, no artigo ‘Guerra moral entre Lula e Bolsonaro cria política bi-identitária” – Folha de S. Paulo, 16-07-2023.
“A política do ressentimento —que também se alimenta de dívidas morais que inúmeros grupos carregam por se sentirem menosprezados ao longo do tempo— libera a endorfina necessária para que milhões de pessoas superem as dores existenciais e passem a existir de fato para o mundo, além de manter a chama do confronto sempre acesa” - Chico Zaidan Mendez, publicitário, coordenou dezenas de campanhas eleitorais no Brasil e na América Latina. Sócio da CZM Narrativa e Estratégia, no artigo ‘Guerra moral entre Lula e Bolsonaro cria política bi-identitária” – Folha de S. Paulo, 16-07-2023.
“A identidade política, cada vez mais, definirá não só os nossos candidatos, mas sobretudo o nosso estilo de vida: restaurantes que frequentamos, bairros onde vivemos, escolas onde matriculamos nossos filhos, canais de streaming que assinamos, etc. serão definidos pelo pêndulo identitário dos grupos a qual pertencemos” - Chico Zaidan Mendez, publicitário, coordenou dezenas de campanhas eleitorais no Brasil e na América Latina. Sócio da CZM Narrativa e Estratégia, no artigo ‘Guerra moral entre Lula e Bolsonaro cria política bi-identitária” – Folha de S. Paulo, 16-07-2023.
“Eu lanço aqui uma hipótese. O eleitor decide com mais frequência na última hora porque ficou mais fácil escolher o candidato: basta saber se o candidato está rezando na minha igreja ou não” - Chico Zaidan Mendez, publicitário, coordenou dezenas de campanhas eleitorais no Brasil e na América Latina. Sócio da CZM Narrativa e Estratégia, no artigo ‘Guerra moral entre Lula e Bolsonaro cria política bi-identitária” – Folha de S. Paulo, 16-07-2023.
"Nesses tempos de guerras morais, não basta mais convencer o público de que o candidato A ou B é bom gestor. Antes, o aspirante a um cargo público deve convencer os eleitores de que é um excelente pregador" - Chico Zaidan Mendez, publicitário, coordenou dezenas de campanhas eleitorais no Brasil e na América Latina. Sócio da CZM Narrativa e Estratégia, no artigo ‘Guerra moral entre Lula e Bolsonaro cria política bi-identitária” – Folha de S. Paulo, 16-07-2023.
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Terrorismo doméstico. Frases do dia - Instituto Humanitas Unisinos - IHU