10 Julho 2023
“Apenas alguns meses atrás era impensável que um dia nos encontrássemos aqui dizendo: 'O Santo Padre nos visitará em breve'. Com estas palavras o Cardeal Giorgio Marengo, Prefeito Apostólico de Ulan Bator, expressou o sentimento de grata surpresa com que a pequena comunidade católica se prepara para receber o Papa Francisco, que viajará à Mongólia de 1 a 4 de setembro.
A informação é publicada por Agência Fides, 07-07-2023.
Num encontro que contou com a participação dos missionários presentes na Mongólia, o Prefeito Apostólico recordou o alcance e as muitas sugestões daquela que será a primeira visita de um Papa a um país onde atualmente vivem cerca de 1.500 católicos batizados. O Cardeal - relata um relatório do encontro divulgado pela Prefeitura Apostólica de Ulan Bator e enviado à Agência Fides - recordou que o Papa João Paulo II havia planejado visitar a Mongólia em 2003, quando os planos foram cancelados devido ao agravamento de suas condições de saúde.
"Aqui estamos, 20 anos depois, e cerca de 800 anos depois do primeiro contato direto entre a Santa Sé e os imperadores mongóis, quando o Papa Inocêncio IV enviou seu enviado, o franciscano Giovanni di Pian del Carpine, para encontrar pessoalmente os famosos mongóis e iniciar uma diálogo pacífico".
O Cardeal quis recordar também o trabalho do Bispo que o precedeu em Ulaanbaatar e de quantos, nas últimas décadas, participaram no renascimento da Igreja Católica na Mongólia: "Estamos a colher os frutos da grande obra missionária de Dom Wenceslao Padilla (falecido de ataque cardíaco em setembro de 2018, ed) e muitos outros missionários, e estamos nos preparando - também em nome deles - para este evento histórico".
Durante o encontro, também foram ilustrados os significados da logomarca e do lema da viagem, “Esperança Juntos”. O Cardeal destacou as implicações da viagem ligada ao diálogo com outras comunidades de fé, em um país de maioria budista onde a Igreja Católica voltou a florescer há apenas 31 anos.
Durante a viagem, o Papa também se encontrará com os trabalhadores envolvidos em obras de caridade e inaugurará oficialmente a Casa della Misericordia, uma estrutura de acolhimento com clínica projetada para atender às necessidades imediatas dos sem-teto e vítimas de violência doméstica.
A Casa da Misericórdia – lê-se no comunicado divulgado pela Prefeitura Apostólica – “representa um dos primeiros grandes projetos lançados pela Igreja Católica nativa em um país onde as obras missionárias sustentaram a fé”. E certamente - destacou o Cardeal Marengo - a Igreja na Mongólia poderá valorizar a experiência de acolhida ao Sucessor de Pedro, "crescendo naquele sentido genuíno de ser um só corpo, bem enraizado no país".
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Mongólia. Cardeal Marengo, Prefeito Apostólico: a missão se alimenta da profundidade da fé - Instituto Humanitas Unisinos - IHU