22 Junho 2023
O artigo é de José Antonio Pagola, publicado por Religión Digital, 19-06-2023.
Estou convencido de que a experiência de Deus, oferecida e comunicada por Jesus, sempre infunde uma paz inconfundível em nossos corações, cheios de preocupações, medos e inseguranças. Esta paz é quase sempre o melhor sinal que ouvimos do fundo do nosso ser o seu apelo: “Não tenhas medo, não há comparação entre ti e os pardais”. Como se aproximar desse Deus?
Talvez a primeira coisa seja parar de experimentar Deus somente como amor. Tudo o que nasce dele é amor. Dele só vem a vida, a paz e o bem. Posso me afastar dele e esquecer seu amor, mas ele não muda. A mudança ocorre apenas em mim. Ele nunca deixa de me amar.
Há algo ainda mais tocante. Deus me ama incondicionalmente, do jeito que eu sou. Eu não tenho que ganhar o seu amor. Eu não tenho que ganhar o coração dela. Não preciso mudar ou ser melhor para ser amada por ele. Em vez disso, sabendo que ele me ama assim, posso mudar, crescer e ser bom.
Agora posso pensar na minha vida: o que Deus me pede? O que você espera de mim? Apenas aprenda a amar. Não sei em que circunstâncias posso me encontrar e que decisões terei que tomar, mas Deus só espera que eu ame as pessoas e busque o bem delas, me ame e me trate bem, ame a vida e lute por torná-la realidade, mais digna e humana para todos. Que seja sensível ao amor.
Há algo que não devo esquecer. Eu nunca estarei sozinho. Todos nós "vivemos, nos movemos e existimos" em Deus. Ele será sempre aquela presença abrangente e exigente de que preciso, aquela mão forte que me apoiará na fraqueza, aquela luz que me guiará em seus caminhos. Ele sempre vai me convidar a caminhar dizendo “sim” à vida. Um dia, quando terminar minha peregrinação por este mundo, conhecerei a paz e o descanso, a vida e a liberdade com Deus.
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José A. Pagola: “Basta aprender a amar” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU