Em meio a tensões internas e externas, a Igreja Católica tenta uma aproximação com Pequim.

A reportagem é de Kanis Leung, publicado por National Catholic Reporter, 17-03-2023.

O bispo católico romano de Hong Kong chegou a Pequim em 17 de abril, marcando a primeira visita do bispo da cidade à capital chinesa em quase três décadas, apesar dos sinais de tensões sino-vaticanas.

A viagem de cinco dias de dom Stephen Chow começou cerca de duas semanas depois que o Vatican News, o portal de notícias da Santa Sé, informou que a China havia nomeado unilateralmente um novo bispo para Xangai.

Chow, que foi nomeado pelo Papa Francisco como bispo da cidade em 2021, disse anteriormente que a visita ressalta a missão da Diocese de Hong Kong de ser uma igreja ponte e de promover intercâmbios entre os dois lados. Ele foi convidado a visitar a capital chinesa por seu homólogo de lá.

O Partido Comunista da China controla de perto a religião organizada, que vê como uma ameaça potencial ao seu monopólio de poder. As pessoas estão autorizadas as realizarem seus cultos e celebrações em instituições que obedecem às regras do partido. Alguns cristãos estabeleceram igrejas clandestinas, consideradas ilegais e perseguidas pelas autoridades.

Em 2018, o Vaticano e a China assinaram um acordo provisório sobre a nomeação de bispos, um avanço em uma questão que bloqueou as relações diplomáticas por décadas e agravou uma divisão entre os católicos chineses.

O acordo sobre os bispos católicos foi renovado duas vezes, mais recentemente por mais dois anos em outubro passado. Um mês depois, estourou uma disputa sobre a instalação de um bispo auxiliar na província de Jiangxi, que o Vaticano não reconhece como diocese.

O acordo também foi duramente criticado pelo cardeal Joseph Zen de Hong Kong.

A Diocese de Hong Kong não revelou o itinerário de Chow ao anunciar sua viagem em março. Mas disse em um comunicado que aceitou o convite da diocese de Pequim no espírito de fraternidade.

Kung Kao Po, publicação afiliada à Diocese de Hong Kong, informou que Chow se encontraria com seu homólogo, Joseph Li, visitaria o Seminário Nacional da Igreja Católica na China e celebraria uma missa de ação de graças na Igreja Católica de Xuanwumen.

Ele também visitaria o túmulo de Matteo Ricci, um dos primeiros jesuítas a viver na China, que morreu em Pequim em 1610, e outras organizações que facilitavam o intercâmbio cultural, acrescentou a reportagem.

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