31 Janeiro 2023
Se não forem tomadas medidas urgentes para melhorar os serviços de saúde, 59 milhões de crianças, adolescentes e jovens vão morrer antes de 2030, e 16 milhões de bebês nascerão mortos. O alerta é da Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgado pelo Grupo Interagencial das Nações Unidas para Estimativa da Mortalidade Infantil.
A reportagem é de Edelberto Behs, jornalista.
Em 2021, registrou o estudo, 2,1 milhões de crianças, adolescentes e jovens entre 5 e 24 anos de idade perderam a vida; 5 milhões de crianças morreram antes de alcançar cinco anos de idade e 1,9 milhão de bebês nasceram mortos. No cômputo total, o dado macabro representa uma morte a cada 4,4 segundos! As agências afirmam que muitas dessas mortes poderiam ter sido evitadas com acesso equitativo e cuidados de saúde maternos, neonatais, adolescentes e infantis de alta qualidade.
Uma criança nascida na África ao sul do Saara corre 15 vezes maior risco de morte comparada a uma criança nascida na Europa ou na América do Norte; 77% de todos os natimortos no mundo em 2021 ocorreram na África Subsaariana e na Ásia Meridional. Nessas regiões, o risco de uma mãe ter um bebê natimorto é sete vezes mais provável do que na Europa e na América do Norte.
Mapas África Subsaariana e Ásia Meridional | Fonte:Wikimedia Commons
Não é justo que as chances de sobrevivência de uma criança dependam de seu local de nascimento, e que existam desigualdades tão grandes em seu acesso a serviços de saúde vitais, disse o diretor de Saúde Materna do Recém-Nascido, da Criança e do Adolescente e Envelhecimento da OMS, Anshu Bajernee. Todos os lugares, defendeu, precisam de sistemas de saúde primários fortes que atendam as necessidades das famílias para que, onde quer que uma criança nasça, ela tenha “o melhor começo de vida e esperança para o futuro”, defendeu.
A maioria das mortes de crianças ocorre nos primeiros cinco anos e metade delas no primeiro mês de vida. Para crianças que ultrapassam a barreira dos primeiros 28 dias de vida, doenças infecciosas como pneumonia, diarreia e malária representam a maior ameaça.
O relatório também anota resultados positivos, globalmente, registrados desde o ano 2000. A taxa de mortalidade de menores no período caiu pela metade desde o início do século, as taxas de mortalidade de crianças mais velhas, de adolescentes e de jovens caíram 36% e a taxa de natimortalidade diminuiu em 35%.
No Brasil, a cada três mortes de bebês com menos de um ano de idade duas poderiam ter sido evitadas com medidas básicas de saúde, segundo estudo do Observatório de Saúde na Infância (Observa Infância), que conta com pesquisadores da Fiocruz e do Centro Universitário Arthur de Sá Earp Neto (Unifase), informa matéria do Brasil de Fato.
Por ano, o Brasil registra mais de 20 mil casos de mortes evitáveis nessa faixa etária. “São crianças que perdem a vida por diarreia ou pneumonia, por exemplo, dois problemas para os quais a ciência e o sistema de saúde já têm solução há muito tempo”, reporta a jornalista Nara Lacerda. No ano passado, o país registrou cerca de 11 mil mortes para mil nascimentos.
FECHAR
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
Estudo mostra perspectiva cruel sobre mortalidade infantil - Instituto Humanitas Unisinos - IHU