03 Janeiro 2023
Após a longa guerra dos Estados Unidos de 20 anos no Afeganistão "para combater o terror, levar democracia e direitos humanos melhorando a vida do povo afegão, libertando as mulheres do fundamentalismo religioso criminoso do Taliban", a situação no pais centro-asiático encontra-se catastrófica, como em poucos momentos na história.
O Talibã espalha regime de terror de maneira inacreditável nestes dias entre os afegãos desde que o regime de Washington, historicamente maior aliado e até produtor de terroristas ao redor do mundo, entregou-lhe o poder.
Sob passividade total da comunicade internacional e da mídia ocidental, máfia que funciona sempre como sustentáculo às empreitadas covardemente criminosas das grandes potências ocidentais pelo Planeta.
Nada novo, o mais absoluto silêncio em relação ao que sofrem afegãos, iemenitas, sudaneses, birmaneses, e tantos outros mundo afora.
Sem que a grande maioria da população mundial tenha mínima noção do quanto sofrem os afegãos nestes dias. Afinal, quem se importa?
"Superioridade moral" ocidental, de novo, na lama: temos meios realmente independentes nesta era da informação global, em tempo real como o IHU: passou da hora para que se mude o estado de espírito neste lado do globo.
A Associação Revolucionária das Mulheres do Afeganistão (RAWA, na sigla em inglês), organização por direitos humanos sediada na capital afegã de Cabul, foi fundada em 1977 por Meena Keshwar Kamal sendo desde então composta por mulheres anônimas de todas as idades que vivem sob constante ameaça, o iminente risco de serem assassinadas das maneiras mais crueis pelos talibans e senhores da guerra afegãos. Friba é o pseudônimo da lider da RAWA.
A seguir, a mensagem ao Ocidente da RAWA, enviada ao e-mail do jornalista Edu Montesanti, que escreve a nota de abertura.
A RAWA deseja calorosamente a todos um maravilhoso Ano Novo, e a esperança de um ótimo ano pela frente.
2022 foi profundamente doloroso e desafiador para nós.
Infelizmente, estamos começando 2023 com novas políticas desumanas e injustas do traiçoeiro e bárbaro Talibã: as mulheres afegãs não podem mais estudar em universidades ou fazer cursos particulares em qualquer área, todas as organizações locais e internacionais estão advertidas a demitir suas funcionárias, além de muitas outras restrições.
Essas políticas incendeiam nossos corações, mas tornam nosso compromisso com a resistência mais forte do que nunca. 2022 foi testemunha de forte protesto e resistência das mulheres afegãs de várias formas e esperamos ansiosamente que o Ano Novo veja a queda dos regimes teocráticos religiosos misóginos na região, por meio de revoltas populares.
Com muito amor e respeito.
Muitas felicidades para 2023,
Friba
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Mensagem ao Ocidente da Associação Revolucionária das Mulheres do Afeganistão - Instituto Humanitas Unisinos - IHU