Anglicanos elegem bispa primaz para conduzir a igreja no Brasil

Foto: Divulgação/Igreja Episcopal Anglicana do Brasil

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21 Novembro 2022

Pela primeira vez em seus 130 anos de história, a Igreja Episcopal Anglicana do Brasil (IEAB) será liderada por uma primaz. A bispa da Diocese da Amazônia, Marinez Bassotto, foi eleita para o cargo no 35º Sínodo da denominação, reunido de 11 a 14 de novembro, em Belém, no Pará. No encontro, a reverenda Carmen Etel foi escolhida para presidir a Câmara de Clérigos e Leigos.

A reportagem é de Edelberto Behs, jornalista. 

Em março passado, informa o site da IEAB, a bispa Marinez foi condecorada com a Cruz de Santo Agostinho pelo “excelente serviço em apoiar o papel da Comunhão no cuidado da criação e em questões de justiça climática, dando voz aos povos indígenas”. A comenda é concedida pelo arcebispo de Cantuária, Justin Welby.

O Sínodo emitiu moção sobre o meio ambiente destacando o compromisso da IEAB com a defesa da vida e preservação da Amazônia e seus povos indígenas e tradicionais, “tão perseguidos e ameaçados pela iniquidade vigente”.

O documento defende o desmatamento zero, a revogação de todas as medidas que prejudicaram o meio ambiente e os povos das florestas, e a implementação de políticas públicas comprometidas com a vida que promovam sustentabilidade da Amazônia e de seus povos.

As populações tradicionais, “as principais guardiãs da floresta”, assim como milhões de pessoas, vivem na Amazônia em situação de pobreza e vulnerabilidade, principalmente nos centros urbanos. “Essa realidade é originada por um modelo insustentável de desenvolvimento que prevalece no Brasil e no mundo, agravado por quatro anos de desmonte das políticas públicas e do aumento de desmatamento na região”.

A Carta Pastoral do 35º Sínodo da IEAB dá graças ao “Senhor, Pai Materno, pelo cuidado e companhia, trazendo-nos em meio a um contexto extremamente adverso”. O encontro incentivou a reflexão das adversidades, voltada aos últimos quatro anos, “nos quais o ressurgimento de ideologias de ódio, discriminação, violência, destruição do meio ambiente, extermínio e guerra, suas consequências diretas em toda a humanidade, nos feriram, nos mataram e nos entristeceram”. O documento lembra as 700 mil pessoas mortas pela Covid-19 no Brasil.

A carta pastoral refere-se também à divisão da Igreja de Cristo “entre fundamentalistas e humanistas”. Afirma que “as necessárias atitudes proféticas e de defesa da vida, tomadas por nossa Câmara Episcopal, nem sempre foram compreendidas e acolhidas. Tivemos que resgatar o sentido da Igreja que é gente, tivemos que aprender a usar todos os meios possíveis para permanecer em comunhão, e muito fizemos e aprendemos neste processo”.

O Sínodo retomou o compromisso proclamado em 1990, quando do centenário da IEAB: “Igreja a Gente Vive”. Junto com a Comunhão Anglicana mundial, a Igreja brasileira reafirma que “somos Igreja de Deus no Mundo de Deus, assumindo o compromisso de ‘reconciliar’ tudo o que está dividido e separado, para que Deus seja tudo em todes (1 Coríntios 15,28b).

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