#guerra e paz. Artigo de Gianfranco Ravasi

(Foto: Reprodução | Central do Idoso)

Mais Lidos

  • Alessandra Korap (1985), mais conhecida como Alessandra Munduruku, a mais influente ativista indígena do Brasil, reclama da falta de disposição do presidente brasileiro Lula da Silva em ouvir.

    “O avanço do capitalismo está nos matando”. Entrevista com Alessandra Munduruku, liderança indígena por trás dos protestos na COP30

    LER MAIS
  • Dilexi Te: a crise da autorreferencialidade da Igreja e a opção pelos pobres. Artigo de Jung Mo Sung

    LER MAIS
  • Às leitoras e aos leitores

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

19 Novembro 2022

Em tempos de guerra, os jovens matam os idosos. Em tempos de paz são os idosos que matam os jovens.

O comentário é do cardeal italiano Gianfranco Ravasi, ex-prefeito do Pontifício Conselho para a Cultura, publicado por Il Sole 24 Ore, 13-11-2022. A tradução é de Luisa Rabolini.

É fácil compartilhar a primeira afirmação desse aforismo atribuído à sabedoria chinesa. Os jovens, de fato, são mais fortes e mais ágeis na batalha, podem passar por cima e abandonar à sua sorte os idosos; se eles os têm como adversários, são mais rápidos em acertá-los com uma lâmina ou um tiro de fuzil. É a segunda afirmação que inverte os papéis entre idosos e jovens que cria uma surpresa. Mas, sob o véu arcaico do ditado, esconde-se uma realidade que vivenciamos na sociedade contemporânea com as jovens gerações cada vez mais destinadas a um futuro incerto e aleatório. O exemplo que costuma ser trazido é o da enorme dívida pública que recairá sobre os seus ombros.

Mas a lista pode continuar com sua dificuldade de encontrar trabalho, casa e família, com sua marginalização no planejamento político, com os estereótipos de uma educação estagnada, com uma religião incapaz de incutir emoção ou uma visão elevada da vida, com uma linguagem distante e incapaz de se comunicar com eles.

Dito tudo isso, deve-se reconhecer com realismo que também os jovens muitas vezes oferecem o peito aos golpes dos idosos com sua inércia e deixando-se levar pela deriva ou pela rebelião. O Papa João XXIII dirigiu-se a eles assim: “Vocês falam sobre os idosos as mesmas coisas que nós costumávamos falar quando jovens. Está correto. Mas um dia outros jovens dirão o mesmo de vocês”.

Leia mais