América Latina: pesquisa CLAR - mais de uma em cada duas religiosas sofreu abusos de poder no âmbito da vida religiosa, quase 20% foram vítimas de abusos sexuais

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20 Outubro 2022

55,2% das religiosas na América Latina e no Caribe sofreram abusos de poder dentro da vida religiosa. Ou seja, no âmbito de sua congregação, comunidade ou em um ambiente eclesial ligado a lugares ou instituições pertencentes à Igreja. Os abusos de poder são exercidos pelos superiores em 51,9% dos casos, em segundo lugar pelos sacerdotes com 34,2%, seguidos pelos formadores com 23,1% e por último os bispos com 10%. Esse é apenas um dos dados que surgiram de uma pesquisa realizada pela Comissão para o Cuidado e Proteção de Crianças, Adolescentes e Adultos Vulneráveis da Conferência Latino-Americana dos Religiosos e Religiosas (CLAR).

A reportagem é publicada por AgenSir, 18-10-2022. A tradução é de Luisa Rabolini.

A pesquisa anônima foi respondida por 1.417 irmãs de 23 países da América Latina e do Caribe. Os resultados estão publicados no livro intitulado "Vulnerabilidade, Abuso e Tratamento na Vida Religiosa das Mulheres". A irmã Liliana Franco, presidente da CLAR, afirmou que a realização do livro representa a última etapa de um processo que é fruto da “consciência da dimensão profética da vida consagrada”. Isso implica aceitar o fato de que existem “modalidades relacionais distantes da vontade de Deus que geram abusos de poder, abusos de consciência e abusos sexuais”.

Cabe aos próprios religiosos e religiosas fazer emergir tal realidade, "dar-lhe um nome, para seguir caminhos de justiça, de reparação". Quanto aos assédios sexuais, 14,3% das freiras afirmam ter sido assediadas por um sacerdote, 9,7% por leigos e 8% por outras religiosas. Em relação a abusos sexuais propriamente ditos, 19,8% das freiras afirmam ter sido vítimas desse comportamento. 112 afirmam que isso afetou sua vida religiosa, 105 acreditam que não, e apenas 9 delas receberam apoio terapêutico dentro de sua comunidade para lidar com isso.

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