04 Outubro 2022
"Espera-se que a mineração de bitcoins possa se tornar menos danosa ao meio ambiente, talvez pela adoção de novos processos, como os adotados pela Ethereum, plataforma que tem a segunda criptomoeda mais popular, que anunciou ter há algumas semanas adotado um novo modelo de mineração, que traria uma redução de 99,9% no consumo de energia elétrica", escreve Vivaldo José Breternitz, doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas.
Entre 2016 e 2021 a mineração de bitcoins, a mais popular das criptomoedas, causou danos ambientais avaliados em mais de 12 bilhões de dólares, gerando danos ao meio ambiente maiores que os causados pela pecuária e comparáveis aos trazidos pela extração de petróleo.
Essas informações foram obtidas através do trabalho dos pesquisadores Benjamin A. Jones, Andrew L. Goodkind e Robert P. Berrens da University of New Mexico, publicado em 29 de setembro passado pelo journal Scientific Reports.
Esses danos ambientais decorrem do fato que a mineração de bitcoins exige um volume enorme de computação, que em 2020 consumiu mais energia elétrica do que toda a Áustria – foram 75,4 terawatts (TWh).
Os estudos descobriram que as emissões de CO2, produzidas pelo processo de mineração de cada bitcoin, aumentaram 126 vezes ao longo do tempo, de 0,9 toneladas em 2016 para 113 em 2021, pois cada vez mais computação é necessária para extração de cada bitcoin.
Espera-se que a mineração de bitcoins possa se tornar menos danosa ao meio ambiente, talvez pela adoção de novos processos, como os adotados pela Ethereum, plataforma que tem a segunda criptomoeda mais popular, que anunciou ter há algumas semanas adotado um novo modelo de mineração, que traria uma redução de 99,9% no consumo de energia elétrica.
Se esse modelo for um sucesso e algo similar for feito para o bitcoin, estará superado um dos maiores motivos de crítica às criptomoedas.
FECHAR
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
Bitcoins geram impactos ambientais cada vez maiores. Artigo de Vivaldo José Breternitz - Instituto Humanitas Unisinos - IHU