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12 Setembro 2022

 

“As igrejas precisam defender o sentido espiritual da água”, ver a água não como mercadoria, “mas como um presente e um elemento espiritual”, defendeu o reverendo Elias Wolff, do Brasil, em painel na 11ª Assembleia do Conselho Mundial de Igrejas (CMI), reunido em Karlsruhe, Alemanha, de 31 de agosto a 8 de setembro sob o tema “O amor de Cristo move o mundo para a reconciliação e a unidade”. Wolff integra a Rede Ecumênica da Água do organismo ecumênico.

 

A reportagem é de Edelberto Behs, jornalista. 

 

Wolff informou no painel que o Brasil tem 12% da água doce do mundo, 53% da água doce da América Latina, “mas 35 milhões de pessoas não têm acesso à água potável no país e 100 milhões não têm acesso à infraestrutura de saneamento”. Acesso à água é uma questão de justiça, frisou, num mundo onde 2 bilhões de pessoas não contam com água potável em casa. Ele participou do painel “Advocacia e Aspectos Políticos do Engajamento da Igreja com as Mudanças Climáticas”.

 

A jovem Mira Neaimeh, do Líbano, denunciou o uso da água para fins políticos. “Os libaneses não têm acesso à água, os palestinos não têm acesso à água potável. Dois terços da população da minha região vivem sem recursos hídricos renováveis. Isso não é uma questão de geografia, é uma questão de política”, disse.

 

Wolff destacou que os rios são um presente de Deus para todas as pessoas, não para as corporações que procuram desviá-los. “Água é vida”, proclamou a reverenda Risculla Shaw, da Igreja Anglicana do Canadá. Ela informou que em novembro do ano passado havia 99 alertas de água em comunidades canadenses. A denominação que representa tem atendido às necessidades de algumas dessas comunidades através do Fundo Mundial de Ajuda e Desenvolvimento.

 

Na declaração “O Planeta Vivo: buscando uma comunidade global justa e sustentável”, o CMI lembra que “somos todos interdependentes em toda a criação de Deus” e frisa que “estamos correndo contra o tempo”.

 

O moderador do grupo de trabalho sobre Mudanças Climáticas, Joy Kennedy, afirmou que os políticos não querem ouvir afirmações científicas de pessoas da igreja, “mas argumentos que os ajudem a entender que a questão climática não é simplesmente política, social, econômica ou ambiental, mas uma profunda questão moral”.

 

Já o secretário geral da Conferência de Igrejas do Pacífico, James Bhagwan, frisou que há fortes razões pelas quais as igrejas devem se engajar na luta pela justiça climática. “As mudanças climáticas tornam os vulneráveis mais vulneráveis. Se cuidamos dos pobres, devemos cuidar do clima”.

 

A economia, alegou, não é a resposta. “O PIB não é um indicador correto, pois esconde a existência de enormes problemas sociais. Os indicadores devem ser a qualidade de vida para todos e para o meio ambiente. Precisamos de uma grande mudança social e cultural”, defendeu.

 

A declaração da Assembleia do CMI coloca que “ações que não reconhecem as responsabilidades históricas pelos impulsionadores da emergência climática e da degradação ambiental, e a injustiça perpetrada contra comunidades pobres e vulneráveis que está sofrendo os piores impactos enquanto têm a menor pegada de carbono, não podem ser qualificadas como administração fiel”.

 

Os povos indígenas estão entre os primeiros a enfrentar as consequências diretas das mudanças climáticas “devido à sua dependência e estreita relação com o meio ambiente e seus recursos”, aponta a mensagem do CMI, que ressalta: “O amor de Cristo nos chama a uma profunda solidariedade e busca de justiça para aqueles que menos contribuíram para esta emergência, mas sofrem mais, física, existencial e ecologicamente”.

 

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