Caderno Encantar a política – Em defesa da democracia. Artigo de Pe. Sandoval Rocha, SJ

Foto: Joakim Honkasalo | Unsplash

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19 Julho 2022

 

"O Caderno Encantar a Política, que foi elaborado pelo Conselho Nacional do Laicato do Brasil e outras instituições comprometidas com a justiça socioambiental, é constituído por cinco capítulos que serão abordados sequencialmente nesta coluna do Amazonas Atual: 1 – A universalidade do amor cristão; 2 – Amizade social e ética da política; 3 – As grandes causas do evangelho; 4 – Cuidar da casa comum; e o último capítulo: 2022 eleições e democracia", apresenta Pe. Sandoval Rocha, SJ.

 

Eis o artigo.

 

Dia 09 de julho, no auditório do Colégio Dom Bosco – Centro, a Arquidiocese de Manaus lançou o Caderno Encantar a Política e a Cartilha de Orientação Política 2022. Para a apresentação desses subsídios, o evento contou com as palestras do bispo Auxiliar Dom Tadeu Canavarros, da professora Conceição Silva, do padre Alcimar Araújo, do sociólogo Marcelo Seráfico e do promotor de Justiça Flávio Silveira. O padre Geraldo Bendaham, coordenador da pastoral e organizador do evento saudou os participantes, que ultrapassou as 500 pessoas, dentre lideranças das Comunidades e coordenadores das diversas pastorais da Arquidiocese de Manaus. Como o SARES (Serviço Amazônico de Ação, Reflexão e Educação Socioambiental) procura ser uma presença motivadora junto as Pastorais Sociais, ajudamos na construção do evento.

 

 

 

Os subsídios, que serão estudados por inúmeros coletivos e comunidades da Arquidiocese, visam destacar neste ano eleitoral a importância da boa política, reforçando a necessidade da valorização da Democracia e do Bem Comum. Respaldados nas encíclicas papais Laudato Si, Fratelli Tutti e na Exortação Apostólica pós-sinodal, os documentos evidenciam que a prática da boa política constitui uma excelente maneira de cumprir o mandamento do amor, uma vez que visa construir estruturas sociais justas, fraternas e solidárias, promovendo todas as dimensões do ser humano, da sociedade e o respeito à natureza.

 

O Caderno Encantar a Política, que foi elaborado pelo Conselho Nacional do Laicato do Brasil e outras instituições comprometidas com a justiça socioambiental, é constituído por cinco capítulos que serão abordados sequencialmente nesta coluna do Amazonas Atual: 1 – A universalidade do amor cristão; 2 – Amizade social e ética da política; 3 – As grandes causas do evangelho; 4 – Cuidar da casa comum; e o último capítulo: 2022 eleições e democracia.

 

Tais iniciativas costumam ser criticadas por grupos conservadores, que não entendem a missão da Igreja de ser “sal da terra” e “luz do mundo”. De forma equivocada, esses grupos compreendem que a Igreja deve se dedicar exclusivamente às tarefas devocionais, se restringindo à realização de cultos espirituais, ao cuidado das sacristias e ao serviço do status quo. Ao contrário, com essa iniciativa a igreja realiza a sua missão de amar o próximo, cuidando que esse amor alcance os mais distantes lugares e pessoas, principalmente aquelas mais afastadas e abandonadas pela sociedade.

 

Já na capa do Caderno Encantar a Política é possível obter mensagens relevantes arraigadas no Evangelho, remetendo ao nosso contexto atual. Podemos observar o Papa Francisco abraçando um grupo de pessoas de diferentes matizes: jovens, indígenas, mulheres, crianças, idosos, negros e trabalhadores. Algumas dessas pessoas mostram símbolos de grande importância contemporânea: a urna eletrônica e a Constituição Federal de 1988. Em destaque, o coletivo levanta uma faixa mostrando a palavra Democracia.

 

O convite não pode ser mais claro: diante dos ataques que sofre a nossa vulnerável democracia por parte de grupos autoritários e mal-intencionados, é necessário sairmos em sua defesa, trabalhando para que ela seja fortalecida e ampliada. Para que isso ocorra é urgente que todos (as) promovam os direitos constitucionais, exigindo que as autoridades públicas se empenhem na proteção da nossa Constituição Cidadã. Visando esse fim, importa que o processo eleitoral não seja prejudicado por coligações golpistas, nem desmoralizado por políticos antiéticos com afinidades ditatoriais, racistas, misóginas e armamentistas.

 

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