04 Março 2022
O Conselho Ecumênico Baiano de Igrejas Cristãs (Cebic) critica e questiona o Projeto de Lei 411/2021, do vereador Isnard Araújo (PL), que propõe a mudança do nome das Dunas do Abaeté para “Monte Santo Deus Proverá”, sob a alegação de que aquele é um espaço muito frequentado pelas pessoas cristãs, principalmente pentecostais e neopentecostais.
A reportagem é de Edelberto Behs, jornalista.
Trata-se de “racismo religioso porque este é um dos poucos espaços públicos de grande visibilidade cujo nome e história está diretamente ligado às tradições religiosas de matriz africana”, sustenta a nota pública do Conselho dirigida à sociedade baiana.
“Mudar o nome das Dunas do Abaeté sob o argumento de que este é um local frequentado por pessoas cristãs é o mesmo que querer mudar o nome da cidade de ‘São Salvador’ alegando que aqui não moram apenas pessoas cristãs”, argumenta o Conselho baiano. Mudar o nome das Dunas “é mais uma tentativa de apagar a memória do povo das religiões de matriz africana”, agrega.
A nota do Conselho destaca que “São Salvador” dispõe de símbolos religiosos e “até crucifixos dependurados em repartições públicas”, sem contar as mais de 365 igrejas católicas e outras tantas evangélicas espalhadas pela cidade. “Isso significa que as religiões de matriz africana têm infinitamente menos espaço que façam alusão à sua história, cultura e tradições”.
O protesto conclui afirmando que não se precisa mudar o nome de nenhum lugar “para dar testemunho da fé que professamos”. Assinam a nota as igrejas Católica – Arquidiocese de Salvador, Episcopal Anglicana, Evangélica de Confissão Luterana, Presbiteriana Unida, Batista de Nazareth, as Comunidades de Jesus, da Trindade e dos Focolares.
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Conselho baiano denuncia racismo religioso - Instituto Humanitas Unisinos - IHU