20 Dezembro 2021
Dom Alexandre Paulino, responsável pela Comunicação da Diocese católica de Noto, Itália, emitiu nota depois que o bispo local, Dom Antonio Stagliano, teria dito a um grupo de crianças, segundo postagens em redes sociais também alardeadas pela mídia, que Papai Noel não existia, desapontando-as.
A reportagem é de Edelberto Behs, jornalista.
O próprio Dom Antonio explicou, em nota divulgada no site da Diocese, o mal entendido. “Não falei para as crianças que o Papai Noel não existe, mas falamos sobre a necessidade de distinguir o que é real do que não é. Então, dei o exemplo de São Nicolau de Myra, um santo que trazia presentes aos pobres. Na tradição anglo-saxônica, ele então se tornou Papai Noel, mas certamente não o Papai Noel criado pela Coca-Cola”, justificou.
O assessor de imprensa da Diocese reforçou o argumento. “Pessoalmente, não acredito que a intenção do bispo tenha sido quebrar o encanto do Natal aos menores, mas sim ajudá-los a refletir mais profundamente – começando pela figura histórica de São Nicolau que dava presentes aos mais pobres – sobre o sentido do dom, da generosidade, da solidariedade que deveriam caracterizar o Natal, a festa na qual – na ótica de uma fé cristã acreditada e praticada – recebemos o presente por excelência, Jesus Cristo”, escreveu Paulino.
Dom Antonio explicou que uma cultura de consumo, como a dos presentes, é diferente de uma cultura da dádiva que está na base da verdadeira mensagem do Natal. “Um bispo deve pregar o valor cristão do Natal, hoje infelizmente cada vez mais consumista, descristianizado e subserviente à lógica do mercado”, definiu.
O bispo de Noto observou ainda que o Natal não pertence mais aos cristãos. “A linguagem se esvaziou. Até o próprio presépio foi explorado, reduzido a um objeto de beleza, de modo que a mensagem cristã se torna um recipiente vazio e perde aquela verdade que significa o amor. O clima de Natal entre luzes e compras tomou o lugar do Natal”, lamentou.
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