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“Provavelmente nunca existiu uma sociedade matriarcal”. Entrevista com Cynthia Eller

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18 Outubro 2021

 

Pesquisadora americana nascida em 1958, em Arcadia (Califórnia, Estados Unidos), especialista em religião, questões de gênero e matriarcado, Cynthia Eller ensinou em várias universidades nos Estados Unidos. É autora, entre outros livros, de Gentlemen and Amazons: The Myth of Matriarchal Prehistory, 1861-1900 (University of California Press, 2011, não traduzido para o português), no qual disseca a construção do mito do matriarcado feita pelos primeiros antropólogos, no século XIX. Ela também explica como esse mito foi retomado por alguns grupos feministas no final do século XX.

A entrevista é de Arnaud Aubry, publicada por La Vie, 13-10-2021. A tradução é de André Langer.

 

Eis a entrevista.

 

Uma teoria desenvolvida por algumas correntes feministas defende a ideia de que uma sociedade matriarcal teria existido em tempos pré-históricos. O que você pensa sobre isso?

Devemos começar por um ponto de definição: o “matriarcado” é o oposto do “patriarcado”. Existe, de um lado, o poder das mães e, de outro, o poder dos pais. O matriarcado, portanto, representaria uma sociedade na qual as mães teriam o poder – econômico e político – em detrimento dos homens. Hoje, a constatação compartilhada pela maioria dos pesquisadores é que muito provavelmente nunca existiram sociedades matriarcais que atendessem a essa definição durante os tempos pré-históricos.

Claro, existem fases inteiras desse período que não conhecemos. Os etnólogos observaram sociedades com formas muito diversas, então eu não descartaria completamente a possibilidade de que sociedades matriarcais possam ter existido em um dado momento da história humana. Mas não acredito que elas poderiam ter sido um esquema majoritário. Não temos evidências etnográficas ou arqueológicas a esse respeito, ao passo que temos uma grande quantidade de evidências de sociedades patriarcais, seja ao longo da nossa história ou da nossa pré-história.

Alguns simpatizantes da teoria do matriarcado original citam as muitas representações femininas dos tempos pré-históricos como prova do poder das mulheres. O que você responde?

Essas representações femininas não provam em absoluto a centralidade das mulheres nessas sociedades. Nós conhecemos culturas que possuíam um rico repertório de estatuetas femininas e que praticavam religiões patriarcais. Há uma boa chance de que essas estatuetas representassem divindades ou que tivessem para aqueles que as possuíam um significado sobrenatural. No entanto, é um erro pensar que a adoração de divindades femininas poderia ter resultado em mais respeito ou liberdade para as mulheres.

A teoria sobre a existência de sociedades matriarcais durante a pré-história remonta ao século XIX, como explica no seu livro Gentlemen and Amazons: The Myth of Matriarchal Prehistory, 1861-1900...

Devemos essa teoria a um antropólogo alemão, Johann Jakob Bachofen, que escreveu em 1861 O direito materno. Trabalhos semelhantes foram publicados, na sequência, no Reino Unido. Todos desenvolvem uma tese, inspirada em Charles Darwin, sobre as diferentes etapas da evolução da humanidade. Esses antropólogos imaginam que existiu, no nível mais baixo da evolução humana, o que eles chamam de “promiscuidade primitiva”: como não existe a instituição do casamento, os filhos nunca sabem quem é o seu pai... Segundo eles, é nesse momento que o matriarcado teria ocorrido.

Para desenvolver sua teoria do matriarcado original, esses pensadores basearam sua reflexão na existência de muitos mitos nos quais as mulheres detinham a autoridade...

Nós encontramos em muitas sociedades antigas mitos em que as mulheres detiveram o poder por um tempo antes de ser retirado pelos homens, muitas vezes com o pretexto de que não o exerciam adequadamente. Esses mitos existem em todos os estágios de desenvolvimento, em todas as culturas... Tanto na América do Sul como na Grécia ou na Nova Guiné, lugares do planeta que não tiveram nenhuma conexão. Pessoalmente, penso que os mitos sobre as amazonas e sobre todas aquelas sociedades matriarcais originais são uma forma de explicar por que os homens estão no poder. Afinal, é inteiramente natural perguntar por que esse é o caso. Os mitos dizem: as mulheres tinham todos os poderes, conduziam as cerimônias secretas, proibiam os homens de conhecer esses segredos... então os homens roubavam esses segredos, tomavam o poder pela força e nunca mais o deixavam escapar.

Por que a teoria de Bachofen teve tanta aceitação até hoje?

Na verdade, ela não foi aceita por unanimidade durante muito tempo no mundo científico. Os antropólogos a tinham abandonado bem antes de meados do século XX. Eles até a tinham rejeitado completamente: eles pararam de pensar em termos de evolução cultural linear e começaram a pensar em termos de diversidade cultural. Mas outras pessoas adotaram essa teoria. As feministas do final do século XIX, por exemplo. Friedrich Engels (o teórico, junto com Karl Marx, do socialismo e do comunismo) também desenvolveu essa teoria em seu livro A origem da família, da propriedade privada e do Estado (1884). Por conta disso, tornou-se parte da ideologia comunista em muitos países e não foi possível questioná-la durante anos. As feministas finalmente a reinventaram no final do século XX. Para essas ativistas, o matriarcado abre um precedente, a prova de que outra forma de sociedade é possível, mais igualitária, onde as mulheres têm mais poder.

Se não há evidências de sociedades matriarcais pré-históricas, o que há hoje? Em algumas sociedades, as mulheres ocupam a posição social mais elevada. Isso não é prova da existência do matriarcado?

Do meu ponto de vista, não. Em todos os estudos etnográficos que li sobre os grupos ameríndios, malaios ou chineses – que são os exemplos mais citados como sendo supostamente matriarcais –, nunca encontro qualquer evidência de matriarcado real. A antropóloga americana Peggy Reeves Sanday estudou durante muitos anos um grupo étnico indonésio minangkabau, que ela considerou ser matriarcal. De acordo com seus costumes, os meninos levam o sobrenome da mãe, e os homens moram na casa da mãe, com suas esposas, onde criam seus filhos. Por essa descrição, de fato, pode-se jurar que é uma sociedade totalmente diferente da nossa, onde as mulheres têm todo o poder.

Mas há outras coisas a serem consideradas. Por exemplo, quando uma decisão precisa ser tomada no nível da comunidade, os homens se reúnem na casa comum e as mulheres sentam-se do lado de fora e ouvem a discussão dos homens pela janela. Quando um bebê nasce, praticamente todos os rituais e celebrações são realizados pela família do marido. Parece muito com uma compensação, para envolver o lado dos homens também. Não podemos dizer claramente que esta seja uma sociedade matriarcal.

A pesquisadora alemã Heide Goettner-Abendroth, uma das defensoras da teoria do matriarcado, explica em seu livro Les sociétés matriarcales. Recherches sur les cultures autochtones à travers le monde, Éditions Des femmes - Antoinette Fouque, 2019 (Sociedades matriarcais. Pesquisa sobre culturas indígenas ao redor do mundo) que se não há evidências de matriarcado é porque as pesquisas foram realizadas por homens...

Este é um argumento que cai bem! Em sua defesa, é preciso dizer que é muito difícil desenvolver uma interpretação etnográfica que seja aceita por unanimidade. Você pode enviar dois etnólogos para estudar uma tribo, não importa quão pequena seja, e o primeiro dirá “Aqui, os homens têm todos os poderes”, enquanto o segundo dirá “Olhando de fora, você pode acreditar nisso, mas na verdade são as mulheres que comandam tudo nos bastidores”. Mas as sociedades matriarcais contemporâneas apresentadas por comentadoras como Heide Goettner-Abendroth não são matriarcais para mim, nem para a maioria dos estudiosos contemporâneos. Elas podem ser mais favoráveis aos direitos das mulheres, mas eu vejo neles sistematicamente o traço da dominação masculina.

 

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