28 Setembro 2021
O que torna insuportável a vaidade alheia é o fato de ofender a nossa.
O comentário é do cardeal italiano Gianfranco Ravasi, prefeito do Pontifício Conselho para a Cultura, em artigo publicado por Il Sole 24 Ore, 26-09-2021. A tradução é de Luisa Rabolini.
O zero, não querendo andar nu, vestiu-se de vaidade.
Um grande repertório de ideias temáticas são as Máximas do escritor moralista do século XVII François de La Rochefoucauld. É a partir dessa obra que propomos o primeiro lema.
Estamos sempre prontos a ironizar sobre a vaidade alheia e o fazemos mantendo bem desdobrado o leque do nosso pavonear-se. “Sim, eu teria motivos para me vangloriar do que faço”: é o sutil e inconfessado pensamento que está por trás e que naquele momento atravessa nossa mente e coração.
A segunda frase que citamos e que dá continuidade ao tema é retirada dos Miseráveis, a famosíssima obra prima de outro escritor francês, Victor Hugo.
A vanglória é o traje suntuoso de quem na verdade é um zero. Vazio, tolo, inconsistente, mas capaz de se fazer crer sólido, razoável, pacato, substancioso: esse é o retrato de muitos em um tempo marcado pela aparência, pelo visual, pelo arranjo exterior. Pior ainda quando a vaidade se transforma em soberba, arrogância, presunção desdenhosa, ostentação arrogante. O fanfarrão pode ser patético, mas o megalomaníaco pode ser perigoso e delirante. Em vez disso, se deveria ir em busca destes adjetivos um tanto obsoletos: modesto, simples, humilde, arredio, reservado, medido...
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#Vaidade. Artigo de Gianfranco Ravasi - Instituto Humanitas Unisinos - IHU