20 Agosto 2021
Depois de uma tensa conversa entre o diretor da Comissão da Verdade, padre Francisco de Roux, e o ex-presidente colombiano Álvaro Uribe Vélez, o padre recebeu várias críticas por, supostamente, questionar o ex-mandatário.
A reportagem é publicada por Infobae, 17-08-2021. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.
No entanto, nesta terça-feira, 17 de agosto, em diálogo com Blu Radio, ante as declarações de Uribe sobre uma anistia geral no país nos próximos anos, De Roux expressou sua concordância com esta medida, que poderia solucionar algumas das diferenças com as condições que foram abordadas no processo de Havana.
“Parece-me importante, porque, visitando as prisões e por ter estado na prisão de Barrancabermeja por 12 anos, a magnitude das obscuridades e das pessoas que estão nas prisões é imensa na Colômbia. Nisso há uma mensagem muito importante para a paz e a serenidade neste país”, manifestou o padre De Roux.
Cabe recordar que isso ocorreu depois que o comissionado da Comissão da Verdade, Leyner Palacios, perguntou ao ex-mandatário como solucionar os problemas que geram no país os fenômenos da criminalidade que, segundo o ex-senador, criaram desprezo pela lei e em consequência, pela vida.
Nesse sentido, o ex-presidente assegurou que as penas alternativas das justiças transicionais lutaram com as da justiça ordinária, e fez referência ao caso de “Epa Colombia” (apelido da influencer digital Daneidy Barrera, acusada de atacar uma empresa de transporte público em Bogotá).
“A Colômbia vai necessitar de uma anistia. À noite vi um programa com (...) Epa e voltavam a compará-la com um ladrão de bicicletas, uma coisa e a outra. Para mim parece grave o que essa criança fez, e não a conheço, nem quero julgá-la, mas bateu com um martelo em um TransMilenio (VLP). Mas também dizia porque esses violadores de crianças não ficam nem um dia na prisão e esta moça é condenada. Este país vai necessitar de uma anistia imediatamente, quase que um apagão e criar uma conta nova. É muito difícil explicar a um rapaz que está condenado por roubar uma bicicleta o porquê que está preso”, apontou Uribe.
Durante entrevista à Blu Radio na manhã de terça-feira, o padre reconheceu que conhece as qualificações que se referem a ele “que eu sou um guerrilheiro, que sou das FARC, que sou do ELN, que sou um ladrão de terras” e referindo-se a uma das maiores grosserias da Colômbia, o padre assegurou: “Sei o que dizem de mim e isso não me incomoda em nada (...) Eles falam o que querem da minha mãe. Não me preocupa nem um pouco”, disse ele à estação de rádio.
Nessa mesma entrevista, De Roux lançou várias perguntas para aqueles que se escondem atrás de uma tela para insultar aqueles que discordam e reconheceu que pergunta constantemente “que dor haverá nessas pessoas ao considerar isso? Qual será a origem?”, e terminou explicando os motivos alegados para essas sentenças:
“Certamente são vítimas ou têm vítimas em suas famílias. Gostaria de chegar até eles e, se quisessem falar, iria imediatamente procurá-los”, acrescentou.
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Colômbia. “É importante a ideia de uma anistia geral”, afirma o padre jesuíta Francisco de Roux - Instituto Humanitas Unisinos - IHU