17 Agosto 2021
Enquanto uma onda de incêndios devastava partes da Grécia, um arcebispo católico disse que diferentes políticas podem ser necessárias para ajudar a evitar que isso se repita.
A reportagem é de Jonathan Luxmoore, publicada em Catholic News Service, 16-08-2021. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
“Devemos ser muito mais sensíveis e cuidadosos quando se trata da ecologia e de estarmos preparados. Não temos muitas florestas na Grécia, de todos os modos, e grande parte das que temos agora estão destruídas”, disse o arcebispo Josif Printezis, de Naxos-Andros-Tinos-Mykonos, secretário-geral da Conferência dos Bispos da Grécia.
“Nenhum governo central ou local poderia estar totalmente preparado para tais eventos. Mas devemos ser mais responsáveis, com mais aviões e equipamentos, e regulamentos mais rígidos sobre a construção de casas e o acesso aos serviços de emergência”, disse ele ao Catholic News Service.
Equipes de combate a incêndios de toda a Europa, auxiliadas por helicópteros de bombardeio de água, lutaram para controlar os incêndios florestais, que causaram estragos nas regiões do Peloponeso e de Ática na Grécia, assim como em Evia, a segunda maior ilha do país, a nordeste de Atenas.
O primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, pediu desculpas pelas falhas do governo e confirmou no dia 12 de agosto que as chamas haviam infligido a pior catástrofe ecológica em décadas. Ele pediu a cooperação da oposição na busca de “soluções ousadas”.
Printezis disse ao CNS que ainda estavam sendo coletadas informações sobre os danos às paróquias católicas, acrescentando que ele pôde ver e sentir o cheiro das chamas do continente a partir da sua residência na ilha de Tinos, no Mar Egeu, a mais de 110 quilômetros dos incêndios.
Enquanto isso, a Cáritas, a organização de caridade da Igreja, disse que está preparando um plano para ajudar as vítimas dos incêndios, em cooperação com as autoridades municipais e as instituições de caridade católicas do exterior.
“Desde os primeiros momentos desta última tragédia, assistimos com preocupação, agonia e dor, concentrando nossas orações nas vítimas e na destruição da criação, enquanto parabenizamos quem trabalha para extinguir os incêndios”, disse a organização no dia 11 de agosto.
“Tendo experiência em emergências, sabemos que há muitas iniciativas para atender às necessidades imediatas no início, enquanto o interesse social diminui, e as vítimas ficam quase sozinhas. É aqui que a Cáritas deseja atuar.”
Centenas de casas e propriedades foram destruídas por quase 600 incêndios, alimentados por fortes ventos, vegetação ressequida e ondas de calor de 45 graus Celsius, deixando mais de 80 mil hectares de terras queimadas. Alguns estimam que a área afetada é muito maior.
Printezis disse que muitas vítimas de incêndio não tinham seguro residencial e previdência social, e dependeriam inteiramente do governo e da Cruz Vermelha para receberem comida, água e abrigo.
Ele acrescentou que a Igreja Católica está trabalhando em estreita colaboração com os ramos da Cáritas de outros países e contará com a ajuda ocidental assim que o dano total for avaliado.
“Também trabalhamos bem com a Igreja Ortodoxa no que diz respeito às necessidades sociais, como durante os últimos incêndios e terremotos. Nesse sentido, a crise pode nos unir e ajudar a forçar melhorias”, disse o arcebispo.
A Igreja Ortodoxa Grega apelou aos seus bispos para que disponibilizassem escolas, mosteiros e centros paroquiais aos necessitados e prometeu ajuda na reconstrução e no reflorestamento.
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Incêndios na Grécia. “São necessárias mudanças para evitar futuros desastres”, afirma arcebispo grego - Instituto Humanitas Unisinos - IHU