10 Julho 2021
Um arcebispo polonês pediu um coadjutor, após a conclusão de uma investigação vaticana sobre o tratamento dado aos casos de abuso clerical.
A reportagem é de Catholic News Agency, 09-07-2021. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
A Arquidiocese de Cracóvia anunciou as conclusões da investigação sobre as ações do arcebispo Wiktor Skworc, de Katowice, no sul da Polônia, no dia 9 de julho.
Em um comunicado, a Arquidiocese de Cracóvia disse que o Vaticano investigou as acusações de que Skworc se comportou de forma negligente em relação a casos de abuso envolvendo dois padres da Diocese de Tarnów, que Skworc liderou de 1998 a 2011.
Tarnów, no sudeste da Polônia, é uma diocese sufragânea da Arquidiocese Metropolitana de Cracóvia.
A investigação foi conduzida de acordo com as disposições do Código de Direito Canônico e o motu proprio Vos estis lux mundi, do Papa Francisco, de 2019.
O comunicado da Arquidiocese de Cracóvia afirma que Skworc solicitou pessoalmente a investigação e que, após a sua conclusão, pediu um arcebispo coadjutor, que o ajude na administração da arquidiocese.
O arcebispo de 73 anos renunciou ao cargo de membro do Conselho Permanente da Conferência dos Bispos da Polônia.
Ele também renunciou ao cargo de chefe da comissão dos bispos poloneses para o cuidado pastoral.
Além disso, ele prometeu contribuir com seus fundos privados para as despesas da Diocese de Tarnów relacionadas com questões de abuso sexual.
Desde novembro de 2020, o Vaticano puniu uma série de bispos poloneses, principalmente eméritos, depois de investigar acusações de negligência.
Em 28 de junho, o bispo Zbigniew Kiernikowski renunciou ao cargo de bispo de Legnica, no sudoeste da Polônia, dias antes de seu 75º aniversário, após uma investigação sobre o tratamento dado por ele aos casos de abuso clerical.
Dias antes, o Vaticano agiu contra dois outros bispos poloneses após investigações.
Enquanto isso, o cardeal Stanisław Dziwisz, ex-assessor de São João Paulo II, está enfrentando uma investigação vaticana sobre as acusações de que ele teria gerido mal os casos de abuso enquanto atuava como arcebispo de Cracóvia de 2005 a 2016.
A Igreja Católica na Polônia anunciou no mês passado que havia recebido 368 denúncias de abusos clericais nos últimos dois anos e meio.
As denúncias referem-se a abusos supostamente cometidos por 292 padres e religiosos entre 1958 e 2020.
Um estudo divulgado no dia 28 de junho pelo Instituto de Estatísticas da Igreja Católica afirma que as denúncias foram feitas entre 1º de julho de 2018 e 31 de dezembro de 2020.
Em uma mensagem aos católicos da Arquidiocese de Katowice, que ele lidera desde 2011, Skworc disse que aceitou os resultados da investigação vaticana e fez “um sincero e humilde pedido de perdão” aos que foram injustiçados e suas famílias.
Ele insistiu que, em seus quase 10 anos como arcebispo de Katowice, ele seguiu os procedimentos relativos aos casos de abuso de forma correta.
Ele disse: “Não escondo que, no meu 24º ano como bispo, estou experimentando os momentos mais difíceis da minha vida. Por isso, confio na Divina Providência e peço o apoio de vocês na oração, especialmente com o Terço da Divina Misericórdia”.
“Peço ao clero da arquidiocese e às pessoas consagradas o mesmo apoio e compreensão. Clamemos juntos por misericórdia para nós e para o mundo inteiro.”
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Abusos: arcebispo polonês pede coadjutor, após ser investigado por negligência - Instituto Humanitas Unisinos - IHU