Brasil ruma para ultrapassar os EUA em montante de óbitos da covid-19. Artigo de José Eustáquio Diniz Alves

Foto: Obirici | Wikimedia Commons

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08 Junho 2021

 

"Considerando que o Brasil está atrasado na vacinação e continua registrando elevados números de vítimas fatais da covid-19, enquanto os EUA estão mais avançados no processo de imunização e apresentam tendência de queda nas mortes diárias, as duas curvas devem se encontrar no dia 30 de agosto de 2021, com os óbitos brasileiros chegando a 100% dos óbitos americanos. Ou seja, a partir do final de agosto o Brasil deve ultrapassar os EUA e assumir o posto mais elevado em termos absolutos, entre os países mais afetados pela mortalidade pandêmica", escreve José Eustáquio Diniz Alves, demógrafo e pesquisador em meio ambiente, em artigo publicado por EcoDebate, 07-06-2021. 

 

Eis o artigo.

 

O Brasil e os EUA são os dois países com maiores montantes acumulados de mortes pela covid-19. No dia 05 de junho de 2021, os EUA registravam 597,4 mil óbitos e o Brasil 472,5 mil óbitos durante todo o período da pandemia.

Os dois países têm mantido a liderança do triste ranking de mortes, mas o ritmo das duas curvas epidemiológicas têm variado ao longo do tempo. Entre janeiro e março de 2021, o número de vidas perdidas no Brasil era cerca da metade dos óbitos americanos. Mas a partir de abril a percentagem brasileira aumentou rapidamente. No dia 05 de junho de 2021 o montante de mortes no Brasil já representava cerca de 80% das mortes dos EUA, conforme indica o gráfico abaixo.

Considerando que o Brasil está atrasado na vacinação e continua registrando elevados números de vítimas fatais da covid-19, enquanto os EUA estão mais avançados no processo de imunização e apresentam tendência de queda nas mortes diárias, as duas curvas devem se encontrar no dia 30 de agosto de 2021, com os óbitos brasileiros chegando a 100% dos óbitos americanos. Ou seja, a partir do final de agosto o Brasil deve ultrapassar os EUA e assumir o posto mais elevado em termos absolutos, entre os países mais afetados pela mortalidade pandêmica.

 

 

O gráfico abaixo mostra a média de 7 dias do número diário de óbitos nos EUA e no Brasil. Nota-se que os EUA tinham uma média móvel perto de 4 mil óbitos diários quando da mudança dos governos Donald Trump para Joe Biden. No dia 05 de junho a média americana ficou abaixo de 400 óbitos diários e a média brasileira ficou acima de 1,6 mil óbitos diários. A tendência da curva dos EUA e da América do Norte é de queda, enquanto a tendência do Brasil e da América do Sul é de alta ou manutenção em alto platô.

 

 

Existe uma possibilidade real de o Brasil passar por uma 3ª onda da covid-19, pois o país não tem controle sobre a transmissão comunitária do vírus, as medidas de flexibilização do distanciamento social favorecem o contágio da doença e o processo de vacinação ainda vai demorar a atingir cerca de 70% da população, nível necessário para derrubar os efeitos mais perversos da pandemia.

 

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