“A bênção de casais homossexuais não é um protesto, é uma reivindicação de direitos”, afirma padre organizador do evento para abençoar casais

Foto: André Gomes de Melo | Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos - SEASDH | Flickr CC

Mais Lidos

  • Alessandra Korap (1985), mais conhecida como Alessandra Munduruku, a mais influente ativista indígena do Brasil, reclama da falta de disposição do presidente brasileiro Lula da Silva em ouvir.

    “O avanço do capitalismo está nos matando”. Entrevista com Alessandra Munduruku, liderança indígena por trás dos protestos na COP30

    LER MAIS
  • Dilexi Te: a crise da autorreferencialidade da Igreja e a opção pelos pobres. Artigo de Jung Mo Sung

    LER MAIS
  • Às leitoras e aos leitores

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

04 Mai 2021

 

Hans-Werner Thönnes é um dos organizadores da “grande bênção” de casais homossexuais em templos católicos da Alemanha, que será celebrado no próximo 10 de maio. Um ato que “não é um protesto, mas uma reivindicação de direitos”, segundo aponta, em uma entrevista com Katholisch.de, o padre Hans-Werner Thönnes.

A reportagem é de Jesús Bastante, publicada por Religión Digital, 04-05-2021. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.

O ex-vigário geral em Essen e atual pároco em Bochum-Höntrop defende que este tipo de celebração “se encontra na tradição”. “Não é um protesto: uma coisa é o debate e a luta pelo status dos casais que não são matrimônios, e outra é nossa atuação como pastores”, destaca.

 

Um debate aberto

Neste sentido, Thönnes defende que o ‘Responsum’ da Doutrina da Fé “reabriu o debate de como se pode acompanhar as pessoas que pedem uma bênção para suas vidas”.

Neste sentido, os que convocaram a jornada da próxima segunda insistem que “não podemos, nem devemos nos ocupar do desejo de bênção das pessoas para sua vida em comum, esta é uma discussão teológica, que deve ser feita”.

Porém, como pastora, “sempre ouvimos os casais e pessoas que pedem uma bênção. Sempre lhes demos a bênção e seguiremos fazendo”, acrescenta Thönnes, que recorda como um bispo lhe comentou que “não podemos regular nada, temos que aprender a abordar dentro da atenção pastoral”. E que não se faça “em um local secreto”.

“Temos o desafio de deixar claro que a Igreja apoia as pessoas que querem seguir um caminho responsável juntos, e não as deixar sozinhas. Pedir-lhes que Deus as acompanhe e as fortaleça. Neste sentido, falamos de uma bênção sobre elas e seu caminho comum (...) e não podemos fazer em segredo”, insiste o padre. “Devemos ser capazes de caminhar juntos e na comunidade de fiéis”.

 

Respostas positivas

Quanto à polêmica provocada pelo ato de 10 de maio, Thönnes observou apenas “respostas positivas, sem ressalvas” em suas comunidades. Neste sentido, trata-se de “percorrer um caminho que fazemos há muito tempo na pastoral. Queremos dar uma palavra de bênção às pessoas que não podem contrair o matrimônio sacramental pelo caminho comum”.

“Acho que começamos a perceber a realidade da homossexualidade de uma forma nova e diferente. Não consigo imaginar o Senhor olhando para o outro lado quando nasce um homossexual: a homossexualidade é uma realidade da criação”, proclama a religiosa, que nos convida a reler os textos bíblicos que são citados para negar bênçãos aos homossexuais.

 

Leia mais